01/03 (Mankara Tori): A Caos Menor
- webquadrinhosdefu
- 10 de dez. de 2024
- 4 min de leitura
Atualizado: 12 de mar.

CAP 03 | A Caos Menor
Após todos os eventos do avião, a sensação de perigo que Mankara sentiu desaparece repentinamente, tal como a senhorita Nurdes. Vendo que ainda teria mais 30 minutos de voo pela frente, o Mago decide tirar outro cochilo. Ao fechar os olhos, uma revista cai no colo dele. Lentamente, Mankara levanta uma das pálpebras e procura por quem teria jogado o objeto. Como do lado só há uma velhinha dormindo num sono profundo, a qual ele já tinha checado usando a magia dos sonhos, Mankara deduz que a revista seja obra da mulher misteriosa.
"Outra gracinha daquela aeromoça ... Supersimpática."
Olhando com mais atenção, o mago percebe que a revista é um guia turístico local. Nele, um marca-página amarelo, bem chamativo, parece convidar para a leitura de algo extremamente importante.
- Ah! Amarelo! Pra não deixar dúvidas mesmo. Vamos ver o que tem dentro. Será que agora ela tá me passando o e-mail dela?
Quando Mankara abre, ele vê que se trata da sessão sobre locais ligados à ciência e cultura. Na página há uma imagem do instituto de pesquisa com o qual o mago está indo tentar firmar uma parceria. Colocando a mão na testa, se sentindo um tapado, ele pega o cartão. Mankara observa que o endereço escrito é do local onde ele irá ter a reunião, não de um bar. Nesse momento, o homem repete mil vezes, com ele mesmo, uma palavra: anta. Após desfolhar para a página seguinte, ele vê uma mensagem escrita à mão.
"Página 32 ... Nono bar ... É o melhor da região."
Mankara suspira e sussurra.
- Essa não é daqui mesmo.
Em seguida, ele olha para o chão e vê que alguém está andando agachado. Enquanto alguns passageiros observam e estranham aquela situação, a pessoa, com um bolinho na boca e outros dois bolinhos na mão, continua se movendo até chegar perto de Mankara.
- Você devia ter pedido os bolinhos para a aeromoça. Pelo menos, isso era gostoso naquele carrinho fake.
Ainda com a boca cheia e agachada, a mulher pergunta ao mago.
- Você quer? Eles não estão envenenados.
Mankara gela ao ver que Caos Menor está ali. A intrusa é uma linda jovem morena, de cabelos castanhos lisos, corte Chanel e de uns 28 anos. Após o final das guerras astrais, ela adotou, como estilo, usar sempre roupas sociais femininas numa tonalidade laranja bem forte e extravagante. Sem saber onde enfiar a cara de vergonha, Mankara olha a jovem e depois olha os passageiros. Observando com mais atenção o ambiente, ele verifica que não há nenhum lugar vago. Então, o mago foca na velhinha dormindo do lado dele.
- Desculpa senhora ... Isso será só por um tempinho ... O tempo necessário para essa pessoa que tá aqui pegar o rumo dela.
Mankara tira uma carta de baralho em branco do bolso e sacode o item na frente da velinha. Então, ela é desenhada na carta e, com isso, transportada para dentro do objeto. Rapidamente, o mago puxa Caos Menor para se sentar do lado dele, a qual aterrissa na poltrona como um saco de batata de mil quilos. Naquele instante, Mankara quer gritar e dar várias broncas na jovem, mas se segura. Então, falando muito baixo, ele questiona a jovem.
- Maluca ... O que deu na sua cabeça? Porque você tá aqui? Você não ia ficar lá na faculdade corrigindo as provas? Dá onde vieram esses bolinhos? Você tá aqui tem quanto tempo?
Ao escutar as palavras de Mankara, a jovem desaparece sem nem falar nada. O mago então dá um tapa na testa, quase que se chamando de anta outra vez, por ter gastado magia à toa. Ele rasga a carta que tinha acabado de usar e a velhinha, que estava desenhada no item, reaparece sentada ao lado dele. O homem reflete.
"Eu tenho certeza ... Ela esqueceu de corrigir as provas. Eu tenho certeza."
No fundo do avião, enquanto toma um chá de morango com menta, uma pequena mulher observa aquela movimentação. Ela possui 1,40 metros de altura, tem cabelos negros, usa um corte Chanel, óculos escuros e uma discreta tiara na cabeça. Além disso, ela veste um terninho social rosa, calça cinza e sapato preto. De aparência nipônica, ela apresenta um semblante concentrado e focado. Ao lado dela, uma máscara de porcelana ocupa o assento vizinho. Refletindo, ela pondera algumas coisas.
“Tudo isso é estranho ... Eu não entendo como Mankara ainda não percebeu. Já deveríamos ter pousado há 1 hora atrás. Nenhum aviso aos passageiros e não vejo nenhuma pessoa reclamando. As comissárias de bordo parecem calmas demais. Caos Menor deve ter vindo aqui para checar se estava tudo bem, mas por qual razão ela foi embora sem saber o motivo do atraso. Por fim, o principal: Mankara usou uma carta de estoque e não considerou que as pessoas próximas veriam aquilo. Além disso, ainda tem a cereja do bolo ... Os passageiros não ligaram.”
Então, ela olha todos no avião.
“Não há dúvidas! São humanos e não estão encantados. Será que todos pensaram ser um tipo de vídeo para a internet e, por essa razão, não se manifestaram.”
Novamente olhando para mago, sem deixar ser vista, ele continua as reflexões.
“Não ... Algo está mexendo com a percepção de todos aqui e eu arrisco a cogitar que a minha também foi afetada. Mesmo que eu esteja no mundo dos vivos, isso não é uma proeza fácil de ser feita. Tem algo muito grande pela frente.”
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