01/02 (Lua Volie): Revelações Inesperadas
- webquadrinhosdefu
- 25 de fev.
- 4 min de leitura
Atualizado: 14 de mar.

CAP 02 | Revelações Inesperadas
Enquanto saboreiam seus cafés, a conversa dos trigêmeos, naturalmente, avança em direção às memórias das infâncias. Então, eles riem das travessuras juvenis, como quando Dimi convenceu Lua de que ele havia descoberto uma poção mágica em um frasco de molho de tomate.
- Maninha, você depois ficou pedindo para a assistente do orfanato, todos os dias, por molho de tomate! A pobre mulher não entendia nada daquela sua paixão repentina por tomates, Lua!
Enquanto Dimi e Minu caem na risada, Lua coloca a mão no rosto como se quisesse tampar a cara por vergonha.
- Isso ... Vai ... VAI! Lembra das vergonhas alheias Dimi! Vergonhas que você ... Que você me fez passar por abusar da minha inocência!
- Não, não, maninha! Nem começa com essas queixas não! Nem vem ... Tínhamos a mesma idade! Você que era muito avoadinha quando nova.
- Ah vai! Vai jogar de novo essa piadinha infame, que você nunca perde a oportunidade de fazer.
Então, Dimi e Minu, falam ao mesmo tempo, como se fossem uma orquestra ritmada.
- Muuuuuito avoadinha no mundo da Lua Luazinha.
Lua bate com os pés no chão de nervoso por ouvir a brincadeira que os dois sempre fazem. Após mais conversas, os dois irmãos sempre acham impressionante o fato de Lua ter virado policial. Então, pela primeira vez, ela revela o motivo para os irmãos. Nesse momento, Lua recontou a história de como Minu a ensinou a enfrentar o medo do escuro ao criar histórias heroicas sobre uma vigilante noturna numa cidade sombria e distópica.
- Gente ... Quando eu ganhei mais coragem, saí do mundo da “Lua” e caí de cara no chão em nossa maravilhosa cidade desalmada, chamada Gârdhera.
Minu, então, riu.
- A culpa foi minha? Olha só! Eu devia ter contado histórias fofinhas sobre uma coelhinha de longas orelhas peludas. Já imaginou ... Lua, a veterinária linha dura?
Após dizer aquilo, os três riem juntos. As histórias evocam risos nostálgicos e suspiros de carinho. É evidente que essas lembranças são preciosas para os três e cada uma delas contribui para fortalecer os laços que eles compartilham. À medida que o café continua, a conversa toma um tom mais sério, assim como a evolução da vida. Eles discutem sobre as pressões da cidade e como as demandas implacáveis das carreiras os empurra para frente. Dimi fala sobre os puxões de tapete do mundo científico, Lua expressa as dificuldades de lidar com os crimes urbanos complexos e Minu quase “surta” com a agenda frenética do chefe dela. A secretária, sempre de modo muito restrito, revela que precisa organizar viagens e reuniões com até uma semana de antecedência, mas tudo muda de última hora. Entretanto, apesar de toda aquela fachada, Minu mente para os irmãos, pois a rotina dela não corresponde com nada daquilo que ela conta.
Finalmente, quando o café esfria e a noite avança, a conversa chega a um fim natural. Os três irmãos trocam olhares cheios de significado e com palavras não ditas passando entre eles. De fato, não é necessário dizer em voz alta o que todos sabem: eles sempre estarão ali, um para o outro, não importa o que acontecer.
- Vamos enfrentar qualquer coisa que a cidade nos atire maninhas!
Em um gesto de união, Dimi ergue a xícara e Lua o acompanha.
- Juntos! Como sempre!
Minu, mais silenciosa, ergue sua xícara vazia. Por um breve momento, uma sensação de segurança e tranquilidade envolve os três irmãos. Eles possuem suas próprias batalhas para enfrentar, mas sabem que nunca estarão sozinhos. Enquanto a cidade de Gârdhera continua a pulsar com suas luzes e sombras, os laços de sangue e a promessa de cuidado mútuo permanecem como uma força inabalável em meio à tempestade urbana. Entretanto, infelizmente, nenhum deles é capaz de imaginar que, por causa das profissões que exercem, os três já são alvos de uma organização que age na calada da noite dentro da pulsante cidade de Gârdhera.
Longe do café onde os irmãos Volie se reúnem, algo nefasto ocorre.
- Socorrooooo ...
Um grito é abafado no cais da zona portuária ... Manchas vermelhas se espalham pelas paredes metálicas externas dos imensos contêineres de bronze descarregados no local. Um rastro de pegadas vermelhas adentra a profunda escuridão de uma daquelas estruturas que foi aberta forçadamente. Outro grito, mais fraco, parece ser a última ação de uma vítima sem saída. Aves negras se aproximam do local e as luzes parecem oscilar num ritmo sinistro e perturbador. Ao longe, uma mulher de 37 anos e roupas rasgadas, corre segurando um braço. Ela tem os olhos e a boca costurados e segue sem saber para onde vai. De repente, uma corrente avança pelo chão, como se tivesse vida própria, e enlaça a perna da segunda vítima. Sem chances de defesa, a investigadora da cidade de Sápotas é arrastada para a escuridão.
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