01/07 (Lua Volie): Alvo Duplo

CAP 07 | Alvo Duplo

Após lembrar de Nina, numa tarde de almoço, Darkan reflete.

- Nina ... Caso você me visse nessas condições, teria vergonha de mim. Eu nunca poderia te contar as coisas que fiz nesses últimos meses.

De repente, sem que Darkan esperasse, o prédio fica sem energia. Com a luz do celular, ele caminha até um pequeno gerador.

- Essas faltas de luz estão ocorrendo com frequência. Não gosto de ligar esse gerador, mas hoje não posso ficar sem energia.

Após alguns minutos, um aplicativo informa a Darkan sobre uma presença térmica que acabou de entrar no prédio. Lua sobe cautelosamente as escadas, mas os passos dela já estão sendo observados pelo homem. Sem imaginar que está sendo monitorada, ela reflete.

“Cortar o fornecimento de eletricidade foi fácil, até demais. Provavelmente, esse Darkan deve estar em estado de alerta. Esse é o momento do meu talento único não falhar. Só preciso que você respire Darkan ... Assim, eu posso escutar sua respiração e determinar sua localização.

Sem acreditar no que vê, Darkan continua a observar.

- Seja lá quem for essa policial, ela é corajosa. Não há nenhuma equipe tática nos arredores. Apesar disso, ela não me preocupa.”

Pelas câmeras, olhando novamente um outro carro que parou no fundo do prédio, Darkan confirma. Nirfam, o contato que irá entregar as maletas contendo tecnologia contrabandeada, para serem levadas até a capital de Sápotas, tinha acabado de descer do veículo.

- Isso é ruim ... Ele deveria mandar uma mensagem antes de vir. O que eu faço com ele e uma policial, ao mesmo tempo, aqui nesse prédio? Sinto que as coisas podem sair do controle em breve.

Então, Darkan, observa que Nirfam está segurando um silenciador.

- Tenho de sair daqui rapidamente.

Do lado de fora, Jax Nirfam sussurra.

- Será um trabalho fácil. Só preciso confirmar se esse rapaz é compatível e levá-lo para o laboratório. O que é uma pena, pois eu gostava dele. Bom ... Ordens são ordens ...

Então, Jax Nirfam levanta a arma várias vezes e faz mira em todas as direções, como se quisesse denunciar suas intenções para qualquer um que pudesse vê-lo. Nisso, quase sussurrando, ele completa o raciocínio que tinha feito a pouco.

- Preciso levá-lo vivo ou morto.

Com passos devagar, parecendo querer ganhar tempo, ele ainda continua a lamentar.

- Que pena rapaz! Daqui a dois dias você iria expressar a mutação ... Que pena ...

Enquanto avança, Jax Nirfam olha para todos os lados disfarçadamente e procura por alguma câmera.

- Eu tenho certeza que ele não foi ingênuo e colocou câmeras nesse local. Entretanto, mesmo com os leitores magnéticos dos óculos, eu não estou achando qualquer sinal de monitoração. Ele é bom mesmo.

Darkan, ainda olhando a movimentação de Jax pelo celular, sobe por um acesso interno que ainda está em construção. Então, ele chega num cômodo cheio de entulho e pega uma mochila. Momentos antes de sair por um ducto de ventilação que dá para uma lixeira do lado de fora, ele pensa sobre tudo aquilo.

“Isso seria o correto, mas eu não acho que a policial, sozinha, terá chances contra o Nirfam. Preciso dar um jeito de avisá-la e conseguir fugir sem que ela me prenda.

Rapidamente, Darkan tem uma ideia ao olhar uma lata de spray de tinta jogada no chão.

“Acho que isso possa dar certo. Precisarei ser bem rápido antes que um deles me veja.”

No prédio de nove andares, Lua sobe atenta a cada pequeníssimo som num ambiente totalmente sem luz.

“Vamos lá Darkan ... Faça algum pequeno som. O menor deles ... Não importa. Mesmo se você respirar, já tá valendo. Concentrada, eu posso escutar até uns quatro andares acima de onde estou.

Quando ia continuar o pensamento, Lua, ainda no terceiro piso, escuta algo.

“Droga! Escuto passos, no que parece ser o térreo. Além disso ... Alguém está usando um tipo de spray, uns cinco andares acima daqui. Droga ... Tem duas pessoas nessa construção. Lá em cima, será que é um pichador? Se for, o Darkan é o que entrou no prédio.”

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