01/03 (Mônica Grivor): Um Assassino De Imortais

CAP 03 | Um Assassino De Imortais

Olhando fixamente para a solicitação por aventureiros, feita pela cidade vizinha, Mônica se questiona.

"Espere ... Algo não faz sentido nisso. Faz alguns séculos que não escuto sobre vampiros sendo mortos. Será que ... Será que ele também tem cabelos vermelhos e está se vingando? Se for isso, por que ele só matou vampiras? Como ele conseguiu fazer essa façanha? Na calada da noite é quase impossível realizar o ritual que os sem magia faziam para matar. Além disso, eu não acredito que ele esteja usando armas mágicas para finalizar essas mulheres.”

Após pensar essas últimas palavras, um sorriso surge no rosto da jovem.

“Ah! De fato! Refletindo melhor ... É por isso que eles estão chamando aventureiros de classe A e não de SS. Quem está pedindo por esse serviço deve achar que se trata de um vampiro de cabelos azuis. É isso! Provavelmente, alguém já deve ter visto esse vagabundo durante a noite. O prefeito não iria solicitar o pessoal da classe A se não tivesse certeza. Afinal, se for algo mais perigoso do que um desgraçado de cabelo azul, ele vai colocar os aventureiros em risco. Deve ser isso mesmo! E ... e ... Aí que droga! Eu estou aqui perdendo tempo e esqueci que tô atrasada para o trabalho."

Do lado de fora da Guilda das Vespas De Ferro, as pessoas só notam um vulto com longos cabelos prateados correndo descalça pelas ruas, mas ninguém se assusta. Toda segunda-feira é a mesma coisa. Todos já sabiam que é Mônica atrasada para bater o ponto dela na biblioteca central. A moça chega e o guarda da entrada cumprimenta a vampira enquanto aponta para os pés dela. Toda desajeitada, a jovem fica vermelha de vergonha, pois tinha entrado no prédio ainda descalça.

- Bom ... Bom dia Runni! Obrigado por me lembrar que esque ... queci de colocar os sapatos!

Mônica fala, já se despedindo do vampiro de cabelo férreo, e sai colocado o calçado enquanto anda. Runni sorri.

- Ela é sempre igual. A gente já sabe até quando ela está mais atrasada que o habitual, pois, nessas situações, ela chega carregando o salto alto na mão. Não há surpresas com Mônica! Ela é destrambelhada, mas pura gente boa!

Subindo as escadas correndo, pois o elevador estava demorando, a vampira chega no andar da secção de história e sociedade. Passando pelos amplos salões de leitura, compostos por altas colunas de mármore, móveis feitos com madeiras envernizadas de origem nobre e lustres de diamante no teto, ela nota que o lugar está, cada vez mais, sendo tomado por vampiros com cabelos verdes. Então, enquanto anda apressada e olhando de um lado para o outro em busca de novidades, ela avista uma menina em particular conversando com outras duas jovens. Rapidamente, Mônica faz uma análise daquela situação.

"Gente! Aquela ali, no fundo, não é a Mordora? Até semana passada ela tinha cabelo rosa. Eu lembro dessa garota tá aqui com as meninas da nova faculdade que ela tá cursando. Hoje, até a Mordora está com o cabelo verde. Até essa desmiolada tá aderindo ao clã da riqueza. Será que forçaram ela? Não ... Essa tonta deve ter ido de livre espontânea vontade mesmo. A cada dia que passa, esse andar tá parecendo uma floresta, repleto de gente com cabelo verde. Tô vendo a hora que vai eclodir outra guerra entre os clãs, pois os verdes estão aumentando muito em número."

Longe do prédio da biblioteca central, um grupo de vampiros de cabelo rosa está sentado em torno de uma mesa. Eles conversam sobre a situação recente de um membro daquela família ter mudado de cor. Apesar de haver oitos vampiros naquela pequena reunião, basicamente, apenas dois são os que mais falam. Após algumas horas de acalorado debate, um mais velho, Dundrede, tenta colocar um fim naquela pauta.

- Ela teve a autorização do governo central para mudar de clã. Segundo os especialistas e analistas do escritório deles aqui no país, as trocas estão dentro do número aceitável. Além disso, essas alternâncias fazem a sociedade girar, pois seria ruim se um vampiro ficasse eternamente vinculado a mesma atividade.

De repente, um outro vampiro, o segundo que mais falou ao longo de todo o tempo naquela deliberação, bate com a mão na mesa. Ele se chama Dofer. O homem tem, simplesmente, 2,30 metros de altura e um porte físico colossal.

- Os números estão aceitáveis para eles. Em todo o planeta, perdemos 10% de nossos membros nos últimos cinco anos. Nessa velocidade, não levará nem um século para ficarmos com menos da metade. Espere sentado, se você acredita na promessa de que o governo central irá estimular, depois, os vampiros a virem para nosso clã.

- Você deve acalmar os ânimos. A febre dos cabelos verdes logo irá passar. Foi assim com o século dos cabelos azuis.

Indignado com a citação feita, o musculoso e forte Dofer dá um soco numa coluna que está do lado da cadeira onde ele se senta. Imediatamente, a estrutura se quebra sem resistência.

- Cale essa sua maldita boca! Nós todos sabemos o motivo de ter existido um “século dos cabelos azuis”. Você me enoja ao usar isso como argumentação. A carnificina que o governo central fez com que todo o planeta participasse jamais deveria ser esquecida. Eles só permitiram que os cabelos azuis aumentassem em número para poderem selecionar um grupo de elite que ficaria no lugar dos magos de Cabelo de Sol.

- Isso é o que você diz. Todos sabemos que o motivo real não foi ...

- Eu irei fechar essa sua matraca com meus punhos seu ...

Num clima de hostilidade e tensão, a reunião com os representantes das famílias locais do clã dos cabelos rosa segue sem que os vampiros se enfrentem numa luta de fato.

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