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01/04 (Mônica Grivor): Mudanças de Clãs

Atualizado: 13 de jun.

Light Novel Mônica Grivor


CAP 04 | Mudanças de Clãs



Enquanto caminha para pegar o próximo lance de escada, Mônica lembra do passado. A jovem recorda do massacre imposto contra o clã dos Cabelos de Sol. Antes daquele horror, diversos vampiros estavam querendo mudar permanentemente para os cabelos vermelhos, pois só esse clã conseguia, por meio de magia, ter filhos verdadeiros de sangue. De início, muitos pensavam em mudar só por um tempo e depois voltarem ao clã de origem. Infelizmente, na prática, muitos acabavam gostando de poder usar magia para as mais diversas finalidades. Com receio de terem suas autoridades diminuídas, os patronos dos outros clãs lançaram uma maldição de ódio sobre todo o planeta. Inevitavelmente, isso fez com que os vampiros que não fossem ruivos tivessem uma cólera irracional ao ver os Cabelos de Sol. Em resumo, praticamente todos do planeta caçaram e executaram em praça pública, com uso de armas mágicas e círculos de execução, o único clã capaz de usar magia. Foi um terror sem controle, pois não havia quem pudesse defender aquele lado. Para piorar a situação, a maldição bloqueou o poder mágico dos cabelos vermelhos por 1000 anos. No fim, segundo algumas teorias, os sobreviventes ao massacre foram caçados, secretamente, pelo governo central.


“Será que irão repetir tudo isso novamente? Eu me lembro do governo central incentivando os vampiros a terem filhos. Apesar de usar magia ser algo incrível, muitos não gostavam da ideia de gastar uma “infinidade” de horas com estudos e treinos. Além disso, as habilidades mágicas variavam muito dentro dos Cabelos de Sol. Enquanto os patronos eram capazes de coisas incríveis, a grande maioria do clã estava mais para “animadores de festa”. De fato, a única magia que vinha “desbloqueada” para todos do clã era a de poder gerar vida através do nascimento.”


Enquanto sobe as escadas, Mônica não está mais tão preocupada com o horário de chegar no serviço. Ela lembra das inúmeras vezes que presenciou cabelos prateados sendo destratados e humilhados por cabelos azuis e verdes.


- Eu não entendo essa gente. O tempo passa e esse sistema só piora. Pra completar, ninguém quer transformar os cabelos de prata ou cabelos negros em cabelos de outro clã. Dessa forma, esses pobres coitados ficam sempre nisso. Acho que, no final das contas, os patronos ficaram com receio dos cabelos “inferiores” poderem se transformar, permanentemente, em Cabelos de Sol e isso desestruturar toda essa engrenagem de exploração. Seria o fim dessa sociedade de bosta onde eu vivo. Imagina só! Todos os vampiros com mesmo cabelo. Quem seria a escória a ser chutada de um lado para o outro como estrume? Ah! Esse mundo de mil maravilhas ... Vocês não perdem por esperar.


Na cidade vizinha de Grafar, o prefeito do local conversa com um homem misterioso numa reunião a portas fechadas. O enigmático vampiro em questão veste uma roupa e capa com capuz. Ele é alto e magro. Apesar das roupas daquele ser serem negras como a noite e o indivíduo estar numa região pouco iluminada do escritório, o que chama mais atenção é a máscara extremamente vermelha que ele usa para esconder o rosto. Sem pistas visuais ou aberturas para os olhos, nariz e boca, ela é completamente lisa. Com uma voz abafada, o vampiro não identificável adverte o prefeito.


- Você sabe que os aventureiros de rank A não darão conta do assassino que ronda as ruas dessa cidade. Possivelmente, ele deve ser um Cabelo de Sol que sobreviveu ao massacre e aos mil anos de contenção mágica. Não quer que lidemos com isso?


O prefeito, um vampiro de cabelo verde, movimenta uma moeda de ouro, de um lado para o outro, sobre a mesa.


- Minha intuição me diz o contrário. Poderemos ter algumas baixas, mas acredito que o número de mortos não será maior que 40%. Se não fosse possível neutralizar esse problema com um grande grupo de aventureiros, eu não teria enviado o pedido de solicitação nas guildas.


- Pense bem prefeito ... Se todos os contratados forem mortos, você terá um grande problema com a opinião pública e com o governo central.


O prefeito, um pouco ansioso e aflito por dentro, levanta-se e caminha em direção a um quadro. Na imagem, estão retratados diversos chefes de clãs daquela cidade, mas nenhum de cabelo vermelho. Irritado com toda aquela situação, o homem explica.


- Nós acabamos com todos os Cabelos de Sol no passado. Eu destruí vários com as minhas próprias mãos e não me arrependo do que fiz. Entretanto, há, no meio do povo, os que nutrem um profundo remorso por terem agido de forma tão brutal e covarde. Esse assassino misterioso só pode ser um vampiro de cabelo azul que está usando armas mágicas. Ele está testando como matar vampiros para vir atrás dos dirigentes e líderes desse país. É um lobo solitário.


- Essas palavras possuem fundamentação em algum relatório de inteligência do governo central ou elas são frutos da sua intuição como cabelo verde somente.


- Não me subestime ... Não faça pouco das minhas habilidades naturais. Eu estou nessa posição de prefeito por sempre calcular, de forma precisa, todas as probabilidades que são ao meu favor.


- Só acho que você confia demais nessa arrogância orgânica do seu clã. Eu não posso agir se não me contratam, pois é uma questão de ética profissional. Caso as coisas se compliquem, eu espero que você entenda que irei cobrar um valor muito alto.


- Engraçado como um vampiro que nunca se mostra, pode falar sobre ética. Eu espalhei as solicitações para aventureiros e não para mercenários. Se você quiser atrapalhar, fique livre para tentar. Logo, você descobrirá que minhas estimativas estão sempre corretas.


- Seja positiva ou negativamente, eu me recuso a interferir. Só irei me movimentar, caso haja dinheiro em jogo para mim.


O mascarado vermelho dá dois passos para trás e desaparece nas sombras. Ainda sem entender como aquele homem entrou lá dentro, o prefeito, que mantinha uma posição firme e inabalável diante do visitante, corre em direção à porta. Ele almeja verificar se estão todos bem do lado de fora. Antes que pudesse alcançar a maçaneta, a secretária entra com um representante de obras. Como de costume, ela faz o anúncio.


- Prefeito, esse é o Dr. Finker. Ele está agendado para a reunião das 9:00. Quer que eu traga algo?


O prefeito fica pálido. Discretamente, ele olha no relógio e percebe que o objeto marca 9:00 exatamente. Internamente, ele reflete.


“Eu já falei com esse homem hoje. O que aconteceu aqui? Quando terminamos de falar sobre a obra, esse engenheiro saiu e aquele mascarado vermelho apareceu nessa sala. Isso tudo aconteceu às 9:40. Aquele maldito mascarado voltou o tempo? Não ... Não ... Ele não pode ser um Cabelo de Sol? Ele deve ser do governo central. Só que ... Pode existir um item mágico que muda o tempo? AQUELE ... Bastardo de merda ... Minha ... Minha intuição não me diz nada. Ela está cega!”



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11 de jun.
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Eu tô gostando dessa novel e de come ela tá sendo construída. Ganhou mais um inscrito na comunidade 🤗!

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