01/02 (Mônica Grivor): A Faz Tudo
- webquadrinhosdefu
- 2 de jul. de 2024
- 4 min de leitura
Atualizado: 13 de jun.

CAP 02 | A Faz Tudo
Sempre apressada e atrasada, como de costume, Mônica caminha reclamando, baixinho com ela mesma, pelas ruas da cidade.
- Por que desse monte de pedras desniveladas no chão? Eles não pensam em quem usa óculos fundo de garrafa? Toda uma cidade linda e meticulosamente planejada, mas as pedras dessas calçadas são umas vergonhas.
Mônica diz essas palavras pra esconder o fato de, apesar de anos de esforço e treino, ela nunca se habituou a andar com salto alto, uma exigência para o trabalho na biblioteca. Quando a jovem carrega várias encomendas antes de começar o serviço, a situação das pernas da vampira complica ainda mais. Ela prefere jogar a culpa no desnivelamento das pedras da calçada, do que andar de chinelo pela cidade.
Após muito tempo, com muita dificuldade, ela chega à Guilda das Vespas de Ferro finalmente. Dessa vez, a missão de Mônica é entregar os livros encomendados pelos magos do clã dos cabelos azuis. Apesar do título que ostentam, esses vampiros não usam magia de verdade e só são capazes de produzir armas mágicas com uso de materiais encantados encontrados na natureza. Em resumo, eles exercem uma atividade que mistura alquimia e ciência. Ainda assim, eram chamados de magos, apesar de muitos vampiros de cabelos azuis não gostarem desse título. Então, colocando meio palmo de língua para fora, suada e desarrumada, Mônica cumprimenta Verônica, a recepcionista da Guilda das Vespas de Ferro. A atendente, com um olhar de irritação, parece querer agarrar no colarinho da moça.
- Mônica! Você precisa parar de fazer esse serviço de menino de entrega! ONDE JÁ SE VIU ISSO! Eles estão te explorando, só pelo fato de você ter cabelos na tonalidade prata. Eu fico completamente irritada com isso! Se minha classe natural fosse respeitada na sociedade, eu mordia seu pescoço e sugava seu sangue até você perder a consciência e acordar com o cabelo da cor do meu clã, mas cabelos férreos não são muito diferentes em grau de importância com relação a cor prateada.
Não era a primeira vez que Verônica, a recepcionista da Guilda falava isso. De forma repetitiva, ela sempre esbraveja a mesma coisa, ao longo dos últimos 50 anos, quando vê Mônica quase sem fôlego. Como de costume, a falsa cabelo de prata desvia de assunto.
- Calma mulher! O serviço de entrega de mercadoria não é tão ruim assim. No final, eu ganho um pouco mais e isso ajuda a sustentar meu vício em torradas com mel de abelhas.
- Torradas com mel de abelhas ... Blá, blá, blá. Eles deveriam pagar um vampiro cabelo de ferro pra carregar esse monte de pacotes. Criatura, olha seus braços! Fininhos! Se bater um vento mais forte, você é arrastada para outro país.
Jogando um dos pacotes sobre o balcão, Mônica solta um ar quente pela boca, que imediatamente embaça os olhos da jovem.
- Tá! Para de me humilhar! Já entendi que preciso de uma academia com urgência. Só olha pra suas canelas de garça antes de falar dos meus braços.
Apesar das trocas de farpas, as duas tinham consideração uma pela outra. Quando não estavam brigando, a presença da dupla era fato certo nas feiras de roupas pela cidade. Apressada, Mônica continua a entregar os pacotes para Verônica.
- E tem esse aqui, para o Mago Druior. Ele já voltou da capital?
- Que nada! Dizem, eu escutei por aí de fontes nada confiáveis, que ele está aproveitando a viagem para curtir a vida com duas novas aprendizes. Aquele morcego velho, ao invés de se preocupar com os monstros que aparecem no estado, só quer saber de farra.
- Ah! Então é isso! Eu já escutei alguns comentários sobre os cajados e cetros que ele faz. Parece que não funcionam lá muito bem.
- Lógico Mônica! As pupilas dele devem produzir esses itens todas alteradas ou viradas sem dormir por causa da farra. Agora ... Vem cá! Você não tá atrasada não?
- Meeeerda! Tchau!
Sem perder mais tempo, Mônica acena para Verônica e, imediatamente após, dá um giro de 180° para começar a correr toda desajeitada. Ao estar perto da saída da Guilda, mesmo sabendo que não chegará ao trabalho no horário, algo chama a atenção da vampira no quadro de avisos. Um cartaz, extremamente chamativo, lembra aos habitantes da cidade sobre a proximidade da Festa das Abóboras.
- É ... Tá chegando finalmente. Bom ... Já que tô aqui ... Deixa eu ver o que esse povo tá solicitando na guilda.
Entre diversos pedido de coletas de ervas medicinais ou captura de monstros, Mônica observa uma solicitação de serviço incomum.
- Tá certo isso aqui? Faz mais de 2000 anos que ninguém tem um tipo de problema como esse? Isso é alguma brincadeira?
No quadro de aviso da Guilda das Vespas de Ferro, o prefeito da cidade vizinha está contratando aventureiros rank A para lidarem com um assassino. Segundo as informações, o alvo em questão já tinha matado nove vampiras na calada da noite. Ao ler sobre o serviço, ela reflete.
“Isso aqui cheira péssimo ... e ... e ... E não é bom para meus planos ...”
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