01/10 (Mankara Tori): A Rua Que Arde
- webquadrinhosdefu
- 10 de dez. de 2024
- 4 min de leitura
Atualizado: 12 de mar.

CAP 10 | A Rua Que Arde
Usando as escadas de emergência que ficavam na parte externa do prédio, o mago consegue descer e chegar na rua finalmente. Mais especificamente, ele está em um pequeno beco na parte de trás do hotel. Mankara olha ao redor e sente o clima frio das ruas. Além disso, o homem percebe uma energia mágica estranha vinda da neblina. Atento e calmo, ele caminha para sair daquele local e chegar na entrada do hotel.
“O poder que estou sentindo não é algo natural. Ele parece emitir um tipo de frequência que tenta copiar, de modo muito ruim, as ondas de energia emanadas pelas Armurais Tonkenai e Magi.”
De repente, Mankara reflete mais sobre aquela situação.
“Isso é uma magia artificial produzida por alguém. Durante as guerras astrais, alguns guerreiros pensaram em sintetizar poder mágico para fornecerem proteções e habilidades extras aos amigos mais fracos. No entanto, a ideia trouxe mais problemas do que soluções. Dessa forma, fico com outra questão, mais estranha ainda, para responder. Quem, no mundo dos vivos, teria poder para tentar copiar as energias daqueles dois monstros?”
Enquanto o mago continua a refletir e caminhar, ele reforça a certeza de que a neblina traz a mesma sensação de energia colapsada que ele sentia nas magias artificiais do passado.
“Ainda não consigo acreditar que alguém esteja querendo remover toda essa cidade de lugar.”
De repente, Mankara, por puro reflexo inconsciente, esquiva-se rapidamente de uma lasca de pedra pontiaguda que foi lançada na direção do pescoço dele. Agora, já consciente de que está sendo atacado, ele rola no chão e salta para trás com o objetivo de sair da mira do inimigo. Ainda em pleno ar, Mankara tira do bolso duas cartas e as arremessa para o alto. Quase instantaneamente, ele conjura duas metralhadoras de fogo na direção do adversário. As máquinas, feitas de brasa incandescente, disparam sem dó contra uma estátua de pedra, a qual possui a forma de uma raposa com duas cabeças e usa uma armadura medieval esculpida em ouro.
O som dos disparos cruzando o ar e derretendo o chão pode ser escutado a distância. Ao perceber que tinha usado uma magia muito forte contra um adversário extremamente fraco, Mankara se lembra que ele está no mundo dos vivos. Logo, o mago escuta vozes de pessoas que estão se dirigindo ao local para verem o que aconteceu.
“Que porcaria ... Esse lugar vai encher de gente!”
Mankara transforma novamente as metralhadoras em cartas e repara o estrago que houve na rua usando magia. Em seguida, sem que os curiosos o percebam, ele caminha como se nada tivesse acontecido e passa por entre as pessoas.
"Que estranho. Eu nem tive tempo de analisar o oponente, mas ele parecia um soldado feito de pedra pelo pouquíssimo que pude ver. Além disso, ele tinha duas cabeças e uma armadura. A julgar que aqui é Londres, uma armadura medieval até faz sentido com a história do local. Acho que um ataque a queima roupa, na direção da minha jugular, me fez agir instintivamente e de uma maneira que eu já não faço há anos.”
Olhando na direção do bolso onde estão as cartas de ataque, ele pondera.
“Por sorte, essas metralhadoras de fogo se carregam à medida que o tempo passa, mas preciso tomar cuidado. O mundo dos vivos não é um lugar onde eu possa captar e usar magia com tanta facilidade. Aqui, poder mágico é um recurso escasso. Eu não sei como Caos Menor consegue ter uns lampejos e usar magia como se estivesse no outro mundo. Seja como for, esse não é o momento de pensar nisso. Preciso juntar os fatos de tudo que ocorreu e obter informações da copiloto, a Tila Nurdes, que tá inconsciente lá no quarto. Acho que vou precisar ligar pra galera e pedir uma força, pois tô sentindo que isso aqui vai dar problema. Entretanto, pensando bem ... Essa névoa já deve estar sendo noticiada nos jornais. Logo, Santego, Duffy ou até mesmo a Selena devem aparecer por aqui."
Enquanto entra no hotel pela porta principal, o mago não nota que está sendo observado, do alto de um prédio, por uma máscara de porcelana. Entretanto, o objeto é estilhaçado por uma faca arremessada como se fosse um tiro de revólver. Muito mais longe, em cima de uma ponte, a empregada com máscara de coiote está com um brilho vermelho escarlate nos olhos. O brilho da lua dourada no céu parece acentuar o contraste das roupas da mulher em meio a estranha neblina que assola Londres. Então, ciente de que todo o trabalho dela já havia sido feito por ali, ela salta em direção ao rio. Ao cair na água, ela surge emergindo de uma parede no castelo onde está tendo a festa para os convidados do mestre daquela empregada. Ela olha na direção do pianista e faz um gesto discreto com os dedos abaixados. Enquanto observa e acena com a cabeça, o "artista" reflete internamente.
“Quatro intrusos. Dois magos, uma Armurai lendária e uma quarta pessoa inclassificável. Eles estão aqui por puro acaso. Que azar ou puro golpe de sorte o nosso. Estávamos precisando de mais poder mágico, mas eu jamais poderia imaginar que teríamos a Armurai Magi na nossa pequena festa particular.”
Começando a tocar uma harmoniosa música triste e melancólica, o Pianista inclina a cabeça para trás como se aproveitasse cada segundo do momento. Exibindo um sorriso suave no rosto, os dedos do homem deslizam pelas teclas como se acariciassem a malha do tecido espaço-tempo. Os movimentos são delicados, rápidos e repletos de respeito pelo instrumento. Então, aquele homem faz, com a cabeça, um sinal para uma empregada comum do castelo. Rapidamente, a jovem vai para perto dele. Em seguida, ela pega a máscara de coelho e coloca o objeto, cuidadosamente, no rosto do artista. Vendo tudo aquilo, a “Coiote Carniceira das Neblinas”, simplesmente, sorri.
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