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01/05 (Giovana Fergrane): Recordações Amargas

Atualizado: 9 de jun.

Light Novel Giovana Fergrane


CAP 05 | Recordações Amargas



Enquanto Elvina olhava para a localização do mapa, que brilhava no objeto que o Quarto Conin fez surgir, um peso sai de dentro da alma da garota. Ela já temia pelo pior. Após colocar a placa no chão, ela olha na direção de uma das gigantescas janelas. Então, enquanto se alonga, ela começa a pular de pé em pé.


- Nossa! Esse recém-chegado deve ser o maior dentre todos os mais covardes dos mundos, pois, somente isso, explica o fato das súplicas desse lixo estarem te incomodando tanto, Conin. Eu vou lá e qualquer coisa trago o covardão aqui pra te conhecer.


Num pulo rápido, Elvina sai pela janela e quebra o vidro no processo, o qual se despedaça em infinitos pedaços. Entretanto, após a sacerdotisa sair, imediatamente, os fragmentos, que ainda brilham em pleno ar, regridem no tempo e voltam as posições de antes do material ser destruído. Elvina segue dando saltos no ar, indo em direção a plantação da fazenda Nurkir, uma região bem conhecida pela presença da Guilda das Arpeiras.


“O que tá acontecendo por lá ... O Quarto Conin me deu medo ...”


Após algumas horas, ao chegar no local, Elvina se assusta.


- Que merda aconteceu por aqui! Os monstros estão retalhados em pequenos milhões de pedaços. E não só ... Não ... Não ...


Elvina começa a tremer. As pernas estão bambas. Ela se abaixa e encontra fragmentos de cristais de gelo nos pedaços de carne cortados pelo chão. Nas partes congeladas, há estática e pequenas descargas elétricas. Ao olhar atentamente para todos os lados, ela observa que os arbustos da plantação estão intactos, exceto por aqueles pisados pelos monstros. Então, Elvina se deita em cima dos restos mortais das criaturas e olha fixamente para o céu noturno, iluminado pela Lua Amarela, uma das quatro Luas que vigiam aquele mundo.


- Não pode ser. Cortes meticulosamente cirúrgicos e usando gelo elétrico. Eu só conheço uma pessoa que produza cortes elétricos usando o gelo ... Aquele bastardinho de merda. Então, ele tá de volta a esse reino. Só que ... Por qual a razão ele tá aqui? Será que está tendo outra guerra astral?!


Devagar, enquanto contempla o que sobrou dos corpos dos 5 lobos mágicos, completamente dizimados, Elvina se levanta. Os restos das criaturas refletem um brilho gélido e fosco causado pelos cristais que recobrem a superfície dos pedaços. Por um momento, ela sente como se estivesse vendo o brilho de um Sol refletido difusamente nas águas do mar ao entardecer. Após ter essa sensação, repentinamente, Elvina se abaixa novamente, mas dessa vez para socar o chão. O golpe é tão poderoso que destrói quase os 200 hectares da fazenda. A terra voa para todos os lados e o ar vira uma mistura de poeira e pedra. Entretanto, logo em seguida, bruscamente os fragmentos retornam à posição anterior ao soco. Com o punho fechado e trêmulo, ainda pressionando a superfície dura, a garota esbraveja.


- Como ele conseguiu fazer isso? Fazer com que eu tenha lembranças de uma vida que nunca mais terei. AQUELE INFELIZ! Eu estou, daqui, torcendo que o tempo no seu mundo não tenha passado, pois eu quero te dar uma lição de 14 para 14 anos. Não tenha envelhecido, Trove!


Por estar consumida pela calor da raiva e do ódio, os sentidos de Elvina ficam tão aguçados que ela acaba escutando sons de luta ao longe. Esboçando um leve sorriso macabro de canto de boca, a garota sabe que, dentro de poucos segundos, alguém irá ser a válvula de escape dela. Com dificuldade, a sacerdotisa abre o punho cerrado e, com a palma da mão, toca delicadamente a superfície do solo para conseguir sentir as vibrações mecânicas que estão se propagando pelo terreno.


“O pessoal da Guilda das Arpeiras está lutando, mas não é com soldados dos outros dois reinos. Epa! Estão lutando e perdendo! Só que ...”


Enquanto Giovana ainda corria para chegar até o local da Guilda, a maga sente um vento frio passar ao lado dela. De súbito, aquela corrente de ar transmite uma jovial amarga e solitária sensação de tristeza, ao mesmo tempo que parece sussurrar: fique longe. Giovana para. Imóvel, ela tenta entender o que foi aquilo.


- Parece que o vento falou comigo ...

 

Poucos segundos após o ocorrido, na Guilda das Arpeiras de Prata, os fracos e debilitados aventureiros observam os inimigos perdendo as cabeças. Cada soldado caí, um após o outro, de joelhos em frente a uma estátua de fumaça que possui a forma de uma menina jovem. Uma estátua diferente para cada vítima. Em cada abete, a cabeça caia e rola até os pés da figura sombria, que, por sua vez, se inclina e recolhe o estranho troféu. Em seguida, as estranhas estruturas - que parecem sólidas e feitas de nada ao mesmo tempo - desaparecem carregadas pelo vento, juntamente com as cabeças coletadas. Quando todos os invasores estão derrotados, Elvina surge em cima do balcão da recepção. Com um ar de superioridade e malicia na voz, ela desdenha dos aventureiros.


- Vocês são uma vergonha! Esses inimigos possuem, apenas, nível um de luta. DIGAM! Por qual motivo vocês estavam tendo tanto trabalho para acabar com eles? RESPONDAM, AVENTUREIROS DESSA GUILDA!


Sentado no chão, um homem, com um braço quebrado, tenta para o sangue que corre pela testa dele. As duas pernas estão com fraturas expostas e há um buraco perto do estômago. Apesar do estado muito debilitado, ele é um dos que consegue falar melhor. Processando com dificuldades a pergunta feita pela sacerdotisa, o aventureiro Randerte, conhecido por ser um exímio tanque, tanta explicar o que aconteceu.


- Es ... Esta ... Estamos aliviados e ... Fe ... Felizes por você ter chegado ... Sacerdotisa Elvina. Finalmente aquele inferno terminou ... Estávamos lutando contra esses soldados, acho que, faz mais de 500 mil anos e eles não deixavam a gente sair daqui. Estávamos enlouquecendo.



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