01/05 (Sufi Kalre): Escola Avançada de Mecatrônica Submarina
- webquadrinhosdefu
- 24 de fev.
- 4 min de leitura
Atualizado: 13 de mar.

CAP 05 | Escola Avançada de Mecatrônica Submarina
Após dois dias confinados, Sufi, Tabatá e Tite retornam para as atividades normais do trio. Dessa forma, logo pela manhã, eles estão numa sala de aula. Sufi, como de costume, lê um artigo científico e Tabatá está ajeitando as cadeiras. Tite ajuda na arrumação também, pois é o representante de turma. Ele é um jovem magro, quase esquelético, com olhos fundos e bem delineados por olheiras acentuadas. Além disso, Tite tem uma marca de nascença perto do olho direito, um tipo de mancha que cresce com o tempo. Apesar da condição de saúde debilitada, ele está sempre de bom humor e motiva todos da turma. Enquanto ele continua a atualizar o software do computador da sala, Tabatá reclama com Sufi.
- Bonitinho! Vai ficar aí sentado sem fazer nada! Daqui a pouco a turma toda chega. A professora não vai querer saber e vai disparar a matéria como sempre. Você bem que podia dar uma mão!
Olhando atravessado para a colega, Sufi inclina, levemente, o tablet no qual está estudando.
- Projeto de menina modelo ... Vocês dois são representantes de turma. É a obrigação de vocês. Eu pulei fora dessa furada, justamente, para poder ter mais tempo de estudo. Como representantes, vocês têm um monte de vantagens no clube da escola que eu não tenho. Então, sejamos justos. Além disso, eu fiquei tempo demais mofando naquele lugar ... Eles não deixaram a gente pegar nada nos nossos contêineres.
- Tabatá ... O Sufi tem razão. Além disso, não é tanta coisa assim para fazer. Os autômatos já fazem quase tudo aqui na escola. As salas estão sempre limpas, os vidros impecáveis e não há uma marca de ferrugem nas cadeiras. O piso de madeira tá tão encerado que quase posso ver meu reflexo nele.
- Eu sei Tite! Só que ... Não custa nada o Sufi deixar de lado esse sedentarismo dele às vezes. Agora, mudando de assunto, o drive do projetor holográfico tá direitinho?
- Espera aí! Eu já conferi ele, só não vi se o projetor está com as baterias carregadas.
Então, Tite vai no fundo da sala e sobe numa mesa. Esticando o braço, ele toca em um pequeno botão da parede de titânio e isso faz uma parte dela se projetar para frente, exponde uma caixa transparente e brilhante repleta de circuitos e cristais prismáticos de alta energia. Em seguida, ele aproxima o celular de cada uma das estruturas luminosas e mede a intensidade de luz que elas emanam.
- Tabatá! As baterias estão perfeitas. Vão durar por mais uma semana. Alguém da turma lembrou de carregar durante esse período que estivemos fora.
Sentado em sua cadeira, Sufi começa a rir. Em seguida, ainda segurando as risadas, ele comenta.
- Alguém da nossa classe? É mais fácil ter sido um dos professores após terminar de dar aula. Não é o papel deles, mas acho que um adulto teria um senso de responsabilidade maior do que as crianças que dividem esse espaço com a gente.
Ao longe, Tabatá joga uma bola de papel na cabeça de Sufi, que reclama.
- Tá vendo! Se até a vice-representante é adepta da filosofia de sujar a sala, o que dizer da nossa turma?
- CALA A BOCA SUFI! Se não ajuda, não atrapalha! Volta a ler isso aí que você tá lendo. VAI!
Tite suspira e olha para o alto. Levantando os braços, ele questiona em voz alta.
- Por que eu? O que fiz para merecer esses dois desajustados como amigos?
De repente, a professora de dinâmica de fluidos entra na sala. Ela se chama Rebeca e tem 32 anos. Alta, morena e de cabelo liso até a cintura, a mulher é destaque por onde passa devido ao verde chamativo da tintura capilar que usa, a qual contrasta com o loiro da sobrancelha da jovem. Usando um salto alto branco, que combina com o uniforme prateado que os professores usam, ela se dirige, com passos lentos e firmes, até a mesa dos professores. Olhando os três, que estão imóveis e parados, fazendo continência para a professora, Rebeca coloca as pastas e cadernos sobre a mesa. Então, ela se manifesta.
- Descaçar crianças! Eu já os autorizei a não precisarem assumir essa formação quando eu entrar na sala de aula.
Tabatá, voltando com o braço para a posição normal, responde com a voz firme.
- Ordens são ordens professora! Além disso, em escala de hierarquia, o diretor é maior que a senhora.
Sufi, apesar de não gostar de ficar naquela posição, acrescenta.
- Dentre todos os professores, você tem o estilo mais clássico. Apesar de usar papel e cadernos, gosto do seu jeito. Entretanto, não sou louco de ir contra as especificações gerais do colégio, professora. Se eu te encontrar num café, chamo-te até pelo nome. Ainda assim, aqui dentro, irei adotar o formalismo exagerado de sempre.
- Professora! Possa dar um tapa na cabeça dele?
Rebeca se senta na cadeira e balança a cabeça olhando para baixo, como quem não acreditasse que aqueles jovens mudam da água para o vinho na presença dela naquela sala de aula. Ainda assim, ela responde a pergunta de Tabatá.
- Logicamente, não está autorizada senhorita. Nem aqui, muito menos depois da aula. Entendido?
Sufi olha para a colega e mostra a língua, enquanto Tite segura o riso.
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