01/06 (Sufi Kalre): Descoberta Entre Livros
- webquadrinhosdefu
- 24 de fev.
- 4 min de leitura
Atualizado: 13 de mar.

CAP 06 | Descoberta Entre Livros
A imensa biblioteca da região 3C, local onde ocorreu o sequestro do mecatrônico bibliotecário, está passando por reformas antes de ser reaberta ao público. Enquanto observa os funcionários da administração fechando o buraco aberto ao lado das enormes portas magnéticas que dão acesso a entrada do local, a policial Danielle está sentada em uma das mesas preenchendo documentos e relatórios.
- Eu ainda não consigo acreditar como um grupo conseguiu fazer tudo isso. Eles corroeram uma passagem do tamanho de um caminhão numa parede feita com 9 chapas espessas de titânio vermelho de Gârdhera. Seria necessário, mais ou menos, umas cinco ogivas nucleares para fazer esse estrago, mas eles conseguiram usando um tipo de ácido desconhecido.
Girando a caneta magnética entre os dedos, a mulher se questiona.
- Ainda assim ... Se eles possuem uma substância corrosiva com esse poder de destruição, os bandidos desse grupo já teriam uma mina de ouro nas mãos. Qualquer um pagaria uma fortuna para ter esse composto. Isso, no final das contas, equivale a dizer que o robô, que ficava ali na recepção, vale muito mais que isso.
Danielle olha, novamente, para o local por onde os bandidos entraram na biblioteca. Ela observa que parte da estrutura da cabeça de um colossal mamute de marfim, que fica a pouco metros do portão, foi levemente danificada, mas o chão está integro.
- Puxa! É difícil de acreditar nas especulações dos relatórios dos peritos, mas é bem provável que os criminosos usaram o ácido numa pequena quantidade ... Talvez, uma gota aplicada a 3 metros da superfície do chão. Nisso, o vapor liberado pela corrosão deve ter subido e danificado, um pouco, o mascote da biblioteca.
Percebendo que tinha terminado de preencher toda a burocracia ligada às atividades dos policiais e investigadores ali no prédio, a jovem coloca tudo numa pasta e decide caminhar por entre os corredores. Então, ela encontra um colega de profissão. Jonas veste o mesmo uniforme que a policial. Ele tem cabelo vermelho liso cortado bem rente e usa óculos escuros, mesmo em ambientes fechados. Procurando com um escâner por impressões digitais, ele cumprimenta a conhecida.
- Bom dia Danielle. Deixaram você com a papelada? Sorte a sua! Muito melhor do que perder tempo executando essa tarefa que estou fazendo. Até parece que um bando de criminosos altamente treinados e preparados deixaria uma digital dando sopa em um livro aleatório.
- Bom dia Jonas! Não pense dessa forma, pois fechar a revisão dos relatórios de toda a equipe é uma chatice também. E aí! Encontrou alguma coisa?
- Além das milhares de marcas de dedos de jovens de tudo quanto é canto dessa cidade e das digitais de turistas que visitaram essa biblioteca nos últimos cinco anos? Não ... Nada demais ...
- A gente tá só seguindo o protocolo para eles poderem reabrir ao público. A pericia avançada já foi feita, mas eles não acharam algo que pudesse identificar quem fez isso.
Estalando o pescoço, Jonas olha para todos os lados antes de fazer um comentário rude.
- Estão tratando a gente pior que prostitutas não pagas.
- CREDO! OLHA ESSA BOCA JONAS!
- Danielle, toda a movimentação que houve após o sequestro, a meu ver, foi uma perda de tempo. Aquele robô, velho e digno para ser enviado para reciclagem, deveria conter algo muito valioso, talvez mais importante que toda a estação subaquática como um todo. Essa teoria já circula pelos corredores e não vejo ela como uma hipótese conspiratória.
Então, sem poder refutar as palavras do rapaz, a policial pega um livro sobre a estante. Ela desfolha as páginas, procurando não pensar que, todo aquele lugar poderia ser inativado. Com receio, ela externaliza algumas preocupações.
- Se tudo isso aqui tiver sido construído pelo governo com a intenção de ocultar uma tecnologia militar escondida naquele robô, sem o mecatrônico bibliotecário aqui, toda nossa divisão pode ser transferida para a superfície. Eu não quero voltar para aquele lugar, pois aqui ainda há um pouco de ... Como eu posso dizer ...
- Humanidade ... Essa é a palavra que você estava buscando Danielle. As pessoas da superfície, em geral, são muito tóxicas e arrogantes. Até existem algumas exceções com relação a esse perfil de comportamento, mas não passam de atores natos, que fingem com a maior naturalidade do mundo. Esconder algo tão importante aqui em baixo, certamente, tirou um ativo valioso do palco de barganhas geopolíticas.
Jonas olha para o relógio e confirma que está no horário de encerrar as atividades por ali. Então, ele conclui.
- Vamos Danielle. Não há nada que possamos fazer. Amanhã esse lugar estará reaberto ao público. Da nossa parte, vamos continuar mantendo a ordem e a segurança dos pavimentos, andares e bairros. Quem sabe, não mantenham toda essa instalação só para manterem as aparências.
Nisso, os dois policiais olham para o estrondoso estrago feito pela substância corrosiva na parede do museu e, internamente, reconhecem que tudo está para mudar drasticamente na dinâmica da nação de Sápotas.
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