01/09 (Sufi Kalre): Descobrindo Segredos

CAP 09 | Descobrindo Segredos

Enquanto Sufi e Tite estão na biblioteca modelando estruturas gênicas que possam criar uma bactéria capaz de alterar as propriedades do titânio encontrado na região de Gârdhera, o delegado Mauren tenta resolver uma difícil situação. Chamando a policial Daniella para conversar, ele trata sobre um assunto delicado.

- Daniella, estou convocando cada membro do esquadrão para dar a notícia pessoalmente. Peço que você, após sair dessa sala, não comente o que irei te falar com os demais do grupo. Posso contar com sua discrição e fidelidade?

A policial, um pouco apreensiva, não deixa transparecer que já imagina do que se trata, pois isso poderia abalar a confiança que o delegado possui nas gêmeas da corporação. Mantendo a cabeça erguida, ela respira fundo e presta continência.

- Perfeitamente Senhor! O que for dito aqui, será mantido em sigilo!

- Muito bem! Sei que rumores estão correndo desde a invasão a essa instalação subaquática. Além disso, o governador questiona nossa capacidade em lidar com futuros ataques. Por causa disso, meu superior está pedindo que façamos um rearranjo de pessoal. Eles irão enviar alguns soldados e guardas que atuam continuamente na superfície para cá. Eu precisei conversar com muita gente para que nenhum dos nossos fosse mandado lá pra cima, mas confesso que quase não consegui essa façanha.

- O Senhor quer dizer que teremos um aumento no número de agentes e não uma troca dos membros da equipe?

- Exatamente ... Como todos nós sabemos da conduta que os habitantes da superfície de Sápotas possuem, preciso que todo o grupo se mantenha unido, coeso e, principalmente, que se defendam de qualquer “puxada de tapete” daqui em diante.

- Senhor! A sua posição foi comprometida? O Senhor irá continuar com a gente? Correto?

- De início, eles enviaram um delegado adjunto para trabalhar em conjunto comigo, mas sabemos que é uma questão de tempo para me tirarem daqui. Fiquei sabendo que o governador pretende aumentar a área construída da base, o que me deixou surpreso, pois pensei que eles iriam encerrar toda essa instalação.

- Após a vergonha na segurança que essa unidade sofreu, eles querem ampliar? Não faz sentido ... Se não conseguimos monitorar toda essa área com o tamanho que ela tem atualmente ... Por isso eles querem aumentar o número de pessoal?

- A princípio, eles iriam reduzir a quantidade de guardar e construir mais dois pavimentos abaixo do último.

- Chefe, desculpe a sinceridade, mas a planta construída de toda a base já está perfeita. Museu, escolas, faculdades e bairros. Qualquer coisa além disso ...

- Uma unidade de inteligência militar. Eu acredito que, com os anos, eles irão transformar todo o local num ponto tático de segurança nacional. Não sabemos o que tinha no mecatrônico bibliotecário, mas podemos considerar que toda nossa pequena cidade-estado sempre foi uma base de espionagem camuflada. Eles só estão querendo tirar a maquiagem.

- Eu compreendo chefe! O que o Senhor quer dizer é que, não importa o que façamos, os dirigentes de Sápotas já bateram o martelo.

- Afirmativo policial Daniella.

Longe da delegacia, após algumas horas, Tabatá está arrumando o armário de Sufi. Ela coloca os mantimentos que comprou no mercado e reclama sobre o quanto o amigo é relaxado. Sozinha, ela esbraveja.

- Olha! Olha isso aqui! Tem lixo espalhado por todo canto! É papel de bala no sofá, copo sujo em cima da pia, meia do lado do controle remoto ... SUFIIIIIIII!!!!!! VOCÊ PRECISA DE UMA EMPREGADA COM URGÊNCIA!

Sem imaginar que Tabatá está o xingando dos mais variados nomes possíveis, Sufi caminha pelo laboratório de mecatrônica II da escola onde estuda. O lugar está vazio e ele anda por entre os imensos braços robóticos, dedilhando as estruturas metálicas. O rapaz questiona a importância do robô sequestrado.

“Não faz sentido ... Se algo é tão valioso, deveria estar guardado num cofre e não servindo como atendente ao público. Será que o valor dele está na função que ele desempenhava e que só poderia ser ... ser ... ser ... Poderia ... Não! Espera! Eu não acredito!”

Naquele momento, Sufi observa um painel de controle de um submarino onde está acoplado um sonar.

“Aquela sucata-velha estava fixada numa posição única ao longo dos anos, sempre girando em torno do próprio eixo, para atender o publico naquele balcão 360° que ele ficava.”

O jovem começa a correr em direção a uma janela que dá vista para as fossas vulcânicas.

“Se ele tem uma tecnologia sem precedentes, deve ser um sonar capaz de detectar as oscilações temporais das fendas causadas pela deriva geográfica. ISSO! A interação dele, constantemente, com o público era o que servia como calibrador temporal ... NOSSA!!! Tudo isso é surreal! Um dispositivo que detecta as variações do tempo e se autocorrige no tempo!”

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