01/09 (Renguri): Fuga Contra O Tempo

CAP 09 | Fuga Contra O Tempo

Em conjunto com os jatos de água marrom, Tomás é alvejado por bolhas de lama. Ao se esquivar dos ataques, ele tem uma ideia. O jovem congela as rajadas de líquido e em seguida envenena os feixes de gelo. Então, a criatura, que parece um réptil de dois metros e que anda sobre duas pernas, surge e evapora a toxina pelo corpo. Ela corre em direção ao garoto, mas um frio de morte passa mais rápido pelo pescoço dela. Inesperadamente, a besta entende o que tinha acontecido: ela teve o pescoço atravessado pela lâmina do ninja.

O monstro começa a congelar em diversas partes do corpo e, após alguns segundos, virá pó de gelo. Um cristal de monstro surge, mas Renguri nem foca nisso. Ele começa a gritar pelo samurai. De repente, ele vê um dos clones se arrastando. Como se pedisse socorro, a figura estende a mão. Após correr na direção apontada, o ninja vê o samurai caído e os clones lutando contra panteras de fogo negro. Apesar das sombras tentarem proteger Krai, ele está cada vez mais sem ar, pois ao redor está superaquecido. Como a habilidade de Renguri é gelo, a primeira coisa que o rapaz faz, instintivamente, é segurar a espada com toda força para, em seguida, girar o corpo e lançar duas rajadas de ventos congelantes.

- Krai! Estou aqui! Aguente firme!

Enquanto as rajadas avançavam, Tomás corre em direção ao samurai para apanhá-lo e sair correndo de lá! Sem ter tido tempo para calibrar a precisão do golpe, ele acerta as panteras e os clones feitos de sombra. Por pouco, Krai não teve a perna congelada. Apesar do estrago, o plano deu certo. Enquanto os alvos são cristalizados, Renguri já está com o aliado debaixo do braço e correndo a toda velocidade. Bolas de fogo são lançadas na direção da dupla, mas o jovem consegue desviar, mesmo não virando a cabeça para trás, pois está usando o reflexo na lâmina da espada desembainhada, posicionada na altura dos olhos, para cobrir a retaguarda.

- Você está bem garoto? Por que demorou ... demorou tanto?

- Cala a boca e não fala! Guarda energia Krai! Isso aqui tá brotando monstro até do teto!

Logo em frente, uma horda de coelhos de olhos negros é avistada por Renguri. Os monstros estão, simplesmente, parados. Eles estão esperando, de forma confiante, pela chegada dos dois. Nesse momento, o samurai perde a consciência. Dessa forma, caso Tomás cair com os dois, após uma “chuva” de cabeçadas vindas de uns 100 mil coelhos de olhos negros, Krai não terá chances de se defender. Então o garoto muda a direção da rota de fuga. Ele vira e segue para o lado enquanto vai formando uma parede de gelo. Dessa forma, a espessa barreira teria a função de bloquear o avanço dos monstros enquanto a dupla avança. Ao perceberem a estratégia do ninja, os coelhos pulam uns sobre os outros para alcançarem o topo daquele muro de contenção, o qual tem uns 40 metros. Finalmente, todos os monstros passam pelo bloqueio e começam a correr sem parar numa única direção: no sentido para onde a imagem de Tomás, carregando Krai, está se movendo. Quando alcançam o alvo, eles percebem que é uma miragem. Na verdade, Renguri não seguiu por aquela direção. Após lançar uma rajada congelante para um lado, ele envolveu a si e o samurai numa névoa de camuflagem para ganhar o máximo de distância possível.

“Deu certo! Aquelas pragas caíram na armadilha.”

Quando os monstros percebem que estão indo na direção errada, o jovem já está longe. Tomás cria blocos de gelo no ar e salta um por um para ganhar distância com relação à altura também. Graças a essa manobra, enquanto os monstros ficam para trás, Renguri consegue alcançar um outro andar da masmorra. Após alguns minutos caminhando por aquele patamar, o ninja se surpreende.

- Aqui parece bem mais calmo. Que porcaria de ataques sucessivos foram aqueles que aconteceram lá embaixo? Será que aqui é um lugar onde os aventureiros chegam e podem descansar?

Vendo que não existia nenhum perigo próximo, rapidamente, ele deita o Samurai no chão e coloca em prática as magias de cura que tinha treinada com Krai dias antes.

- Vamos lá Krai! Fala alguma coisa? Dá um sinal que você ainda tá aí!

De início, com a adrenalina mais baixa e com o receio de falhar, as primeiras tentativas não surtem efeito. Então, Renguri respira fundo e reflete que está perdendo minutos preciosos.

- Eu não sei se essa calmaria irá durar muito tempo. Não posso me dar ao luxo de ficar nervoso e errar só pelo fato de ser principiante. Se eu consegui antes, durante o treino, vou conseguir agora também.

Ao longe, uma discreta e opaca luz esverdeada pode ser percebida. Renguri tenta uma cura completa, pois não tem ideia das extensões das lesões, danos ou envenenamentos que Krai pode ter. Vendo aquela cena, um coelho de olhos negros, bem mais forte que os anteriores e repleto de cicatrizes de luta, ignora a presença da dupla e entra por uma fenda.

Do lado de fora da masmorra, um grupo de soldado com armaduras vermelhas e pinturas de palhaço no rosto conduzem um pequeno dragão marrom de duas cabeças. O animal, comumente utilizado como montaria, carrega, naquele momento, o corpo sem vida da sacerdotisa Sassandra. A frente do pequeno batalhão, montando um cavalo devorador que usa uma magnifica armadura polida, uma mulher de cabelos verdes e longos mantém uma expressão séria e concentrada. Sem deixar que o rosto expresse qualquer emoção, Ciça, principalmente conhecida como a Princesa Lunática, reflete.

“Agora, eu finalmente poderia testar aquilo que venho sonhando há tanto tempo.”

Atrás do grupo, cobrindo a retaguarda, um homem monta outro cavalo devorador. Vestido uma armadura medieval vermelha, com um capacete que só deixa ver os olhos, aquela pessoa possui um olhar de quem quer incendiar o mundo.

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