01/06 (Mônica Grivor): O Sol Verde Que Chora
- webquadrinhosdefu
- 2 de jul. de 2024
- 4 min de leitura
Atualizado: 13 de jun.

CAP 06 | O Sol Verde Que Chora
Carrinhos com vários documentos passam de um lado para o outro. A biblioteca central fazia questão de deixar todos as informações sobre itens encontrados em masmorras, documentos antigos, publicações atuais e artefatos de escavações registradas fisicamente em papel. Considerando que o local possui mais de 4000 mil anos de existência, a quantidade de “papelada” é monstruosa. Apesar das instituições do planeta usarem tecnologia ou maquinário mágico, aquele prédio é um dos dez locais estratégicos de segurança contra ameaças globais. Nesse sentido, se o sistema de rede, que alimenta o governo central e a sociedade, cair, os registros históricos estarão salvos ali. Por causa da importância do lugar, as bibliotecárias são alvos de inspeções surpresas frequentemente. Completamente exausta, subindo numa escada para pegar um livro de registro na décima prateleira de uma fileira de estantes, Docrinix reclama da situação.
- Eles precisam contratar mais meninas para trabalharem com a gente. Pelo fato de trabalharmos nisso a vida toda, aqueles burocratas acham que não há mais pessoas que possam dar conta de manter tudo isso organizado.
Fazendo várias anotações a mão numa caderneta de dados, Estecrinix dá risada do comentário da colega.
- Por qual razão você gostaria de mais meninas? Não acha que já tem mulher demais nesse andar?
- Sua tonta! Botar um vampiro aqui para trabalhar com a gente é o mesmo que condenar o infeliz a não ter paz. Até a Mônica, mesmo tímida do jeito que é, daria em cima dele em algum momento. Você quer que percamos o foco no trabalho e em seguida nossos empregos?
Enquanto puxa uma pilha de livros de capa prata que estão em cima do balcão, Estecrinix pondera as palavras de Docrinix. Em seguida, correndo, ela abre todos os exemplares nas páginas 2 e coloca borrachinhas coloridas perto dos números de catálogos. Soltando um suspiro, ela começa a transcrever as sequências de números e símbolos para caderneta de dados.
- Que droga! Todas nós já demos muita sorte de termos esse emprego.
Mônica, no fundo do setor, quase soterrada por caixas e dezenas de pacotes, grita.
- Falem por vocês! Eu não daria em cima de ninguém! Seria bom um vampiro pra carregar esses pesos.
Após alguns segundos, no meio daquela correria, Mônica grita novamente.
- MENINAS! Esse grimório raro é uma MÚMIA EM FORMA DE LIVRO! Eu vou levar isso, urgentemente, pra minha sala. Se eu mexer mais nele aqui, o andar inteiro vai precisar passar por dois dias de faxina. Docrinix ... Uma limpezinha! Sei! Uma limpezinha de leve, você disse! Eu tô vendo.
Sem que nenhuma das meninas descordasse, rapidamente, Mônica sai da presença de todos no local. A vampira entra na sala dela e fecha a porta. Com um tom de espanto e fascínio, ela sussurra baixinho para que ninguém escute.
- Minha nossa ... Olha o título disso aqui ... Magia de Ressurreição Pelo Sol Verde: A Conjuração Mística Antiga. Docrinix está louca em achar que isso aqui é simplesmente uma relíquia. Ainda bem que, nos tempos de hoje, ninguém mais lembra de como ler esse idioma. Esse livro trata, simplesmente, de como trazer os mortos de volta à vida. Mesmo que os corpos tenham sido pulverizados por magia e ritos mágicos, essa conjuração reverte a morte. Isso aqui é uma arma sem igual. Vou fazer como fiz com os outros livros ... Vou deixar uma cópia falsa, toda errada, aqui nos arquivos e levar o original comigo.
Após Mônica estender a mão sobre o grimório, ela usa uma magia sem recitação e clona o item. Com um segundo encantamento, proferindo algumas palavras de modo tão baixinho que só uma formiga do lado dela conseguiria escutar, ela aplica um feitiço de distorção e troca de informações sobre a cópia. Dessa forma, a vampira adultera itens e passos de encantamento que pudessem estar escritos ali. Terminado o processo, ela reflete.
“Se os “magos” de cabelo azul das Guildas desse país soubessem que todos os livros que eles estão consumindo ao longo desses 1000 anos são cópias adulteradas, eu já estava morta em praça pública.”
Com um risinho de canto de boca, ela completa.
“Quero ver como essa gente toda vai fazer quando eu colocar em prática a minha vingança. Eles não terão chance! Foram mil anos para esperar a maldição passar. Depois, mais mil anos de estudo. Eles irão pagar por tudo que fizeram.”
A vampira guarda o item num espaço dimensional que só ela tem acesso, tipo um inventário de jogo. Em seguida, ela olha fixamente a cópia sobre a mesa.
“Apesar de parecer ser uma conjuração poderosa, eu tenho certeza que é impossível trazer de volta os que faleceram há mais de 2000 anos. O pó de todos os Cabelos de Sol, mortos no massacre, já se misturou, sucessivas vezes, com o ambiente ao longo de todo esse tempo. Não há como reconstituir eles.”
Ao pensar na palavra pó, ela observa que clonou o item tal como ele estava: completamente sujo e com todas as páginas repletas de poeira. Dando um tapa na cabeça, Mônica reclama, internamente, em pensamentos.
“Que DROGA! QUE BURRA! Eu devia ter adulterado as informações e limpado a cópia no mesmo feitiço. Agora, não posso mais usar um encantamento nesse mesmo objeto, pois algum medidor pode acusar traços de magia nesse item.”
Fazendo uma cara de choro e baixando a cabeça, a vampira sussurra.
- Bom ... Vamos lá ... Nada que eu não já tenha feito umas milhares de vezes ...
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Até agora, é a melhor que já li! E já duas daqui. Essa tá incrível 🤗