01/01 (Flon Singor): Busca Por Medalha
- webquadrinhosdefu
- 1 de jul. de 2024
- 5 min de leitura
Atualizado: 25 de jun.

CAP 01 | Busca Por Medalha
Flon Singor é um jovem de cabelo laranja que sempre é lembrado pelo estilo de penteado que usa. Para o pessoal da escola, o rapaz sempre exagera no uso de gel para criar um “espetado” para cima. Já os amigos mais próximos, acham que isso faz parte de um jeito rebelde próprio, que combina com a jaqueta e calça jeans que o jovem usa geralmente.
Indiferente a opinião dos outros, Flon está dentro de uma casa, a qual possui uma aparência velha e abandonada - sem portas ou janelas, com chão e paredes quebradas. Além disso, pelo tempo de abandono, é possível ver a presença de ervas daninhas e mato que cresceram nas laterais dos cômodos. O ar carregado de poeira e sujeira denuncia que ninguém mora ali há anos. Apesar do estado do lugar, Flon vasculha atentamente, olhando cada centímetro do chão, um quarto do segundo andar daquela construção. Ele move-se devagar e agachado enquanto levanta pequenos pedaços de concreto que estão sobre os restos dos pisos quebrados. Após algum tempo, ele verifica os cantos das janelas destruídas e enferrujadas, mas não encontra, tal como nos dias anteriores, o que tanto procura. Flon sai do cômodo e, enquanto o jovem segue em direção a escada, é surpreendido por uma linda menina de cabelo cacheado, cortado até a altura do ombro. A garota tem imensos olhos castanhos, pele morena e maçãs do rosto bem acentuadas. Ela lança um olhar sério na direção do rapaz.
- FLON! Você está matando aula de novo? Você não quer ter um futuro? Você quer matar sua mãe de vergonha sendo um burro? De novo! Acho que é a quarta vez nessa semana que você falta à escola!
Então, após aquela bronca, Flon, com a visão para o chão e ainda continuando a busca, responde sem olhar para a menina.
- Manu ... Os professores daquele lugar faltam mais que eu. Realidade da escola pública. Eu vou lá e acabo passando meu tempo à toa. Tenho mais o que fazer. Só que, se vamos falar de coisas que se repetem, essa é a quarta vez na semana que você me segue. Tá dando trabalho te despistar. Você sabia?
Manu fica irritada com a resposta dele, mas tenta não deixar transparecer. Com um ar de superioridade polidamente educado, a linda jovem responde.
- Eu já sabia que você estava se empenhando em andar mais rápido do que eu. Por vezes, eu virava uma rua e você já não estava mais lá. Por causa disso, eu tinha que ficar correndo pra ver em qual direção você seguiu. Eu quero deixar registrado que você acelerar o passo para ganhar vantagem foi muito injusto!
Ainda sem olhar pra ela e chutando pedaços de cascalhos no chão para ver o que estava sob esses, Flon comenta.
- Manu ... Eu não corri. É você que está lenta. Isso é o resultado dos doces que você anda comendo quando vai lá na casa da minha mãe, sem ser convidada.
Então ... Ainda sem olhar para a jovem, Flon só se desvia de um pedaço de madeira que Manu jogou na direção dele.
- Seus reflexos estão tão bons quanto essa sua língua, garoto! Agora, como forma de se redimir pelo que você disse, me diz que lugar é esse aqui que você me fez vir.
Flon para e se vira, lentamente, para fixar o olhar no rosto de Manu. Ele, fazendo uma expressão de poucos amigos e olhos de incredulidade, levanta o indicador e responde.
- Primeiro ... Eu não fiz você vir aqui coisa nenhuma. Não joga essa responsabilidade pra cima de mim. Segundo ... Eu não tenho obrigação de te contar coisa alguma.
Após alguns segundos de silêncio, Flon olha para cima. Enquanto solta o ar dos pulmões, ele reflete que Manu não dará sossego até saber o que quer.
- DROGA! Eu e minha mãe morávamos aqui antes de uma empresa de mineração acabar com o solo da cidade. Eles exploraram tão intensiva e exaustivamente as minas e galerias subterrâneas dos arredores que o terreno de toda a região ficou instável. Os moradores só perceberam o problema quando as casas começaram a estalar e imensas rachaduras apareceram nas paredes e calçadas, assim como imensas crateras surgiram nas ruas. Não só ... Algumas casas desabaram imediatamente à medida que o terreno afundava. Foi um caos e desespero. Depois que a cidade foi abandonada, muitos saqueadores vieram até aqui para pegarem o que poderiam levar. Além de dinheiro e coisas de valor deixadas para trás, os caras roubaram até louças de banheiro, fios, portas ou janelas. O resultado foi o que você viu ao entrar na cidade: um cenário digno de filme pós-apocalíptico.
Após Flon dizer tudo isso, Manu senta no chão em meio a poeira e escombros.
- Nossa Flon! Vocês nunca contaram que tiveram de sair às pressas. Eu sempre pensei que sua família tinha trocado de cidade para mudar de ambiente mesmo. Eu jamais poderia imaginar que o motivo tinha sido um problema tão sério. O que você está procurando, com tanto empenho, é algo que você perdeu quando deixou a cidade?
Enquanto levanta algumas pedrinhas do chão para ver embaixo delas, Flon responde.
- Manu, eu tô procurando uma medalhinha que minha mãe perdeu no momento que teve que sair daqui correndo. Ela tentou achar, mas nunca mais encontrou. Eu já fui em outros locais dessa cidade e não tive sucesso. Acho que é a décima vez que venho procurar nessa casa. É uma medalhinha daquelas que se abre e tem duas fotos. Minha mãe conta que era a única imagem que ela tinha do meu pai. Quando a cidade teve esse problema, eu era uma criança de colo. Eu não lembro de nada do dia e nem sei como é a aparência desse objeto.
Manu se levanta e começa a olhar pelos cantos do lugar.
- Eu vou te ajudar Flon! Das raras vezes que vi ela falar sobre seu pai, sua mãe sempre manifestou um tom de voz bem carregado de emoção. Tenho certeza de que essa medalha é muito importante para ela.
Desconfiado, Flon olha para a colega.
- Manu ... Você sabe que eu vou te agradecer se, por uma sorte, você achar. Entretanto, não queira, depois, me dizer que vou ficar te devendo uma. Eu não quero você me cobrando pela ajuda. Você é mestre em fazer isso. Apesar desse seu jeito doce, meigo e suave, você cobra mais juros que um banco. Eu te conheço há 14 anos. Já aviso! Nada de me cobrar depois!
Então, ela grita.
- ACHEI!
Apesar daquela explosão de alegria, Flon só responde secamente.
- Te conheço há 14 anos garota ... Lembra ... Há 14 anos! Quando você achar de verdade, se encontrar mesmo, me avisa.
Manu dá um soquinho no ar e resmunga baixinho.
- Que droga! Ele conhece quando tô tentando pregar peça, mas esse tonto nunca percebe o que é mais importante.
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