01/03 (Duon Naliart): Policial Internado
- webquadrinhosdefu
- 24 de fev.
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Atualizado: 9 de jun.

CAP 03 | Policial Internado
Após saírem da delegacia, Duon e Dick estão concentrados no carro. Eles seguem em direção ao Hospital Central da quinta avenida. Lá, um policial está sendo mantido internado por ter atentado contra a própria vida após ver a Lua de Ouro. Ainda dentro do veículo e alheios ao engarrafamento, enquanto o detetive Duon reflete sobre todas as informações que tem até o momento, Dick, apreensiva e pensativa, carrega a arma dela. Ao ver a ação da assistente, o homem pergunta.
- Está com medo de acharmos monstros e criaturas do outro mundo? Fique calma Dick, pois é só um policial estressado com a profissão e que, infelizmente, deve ter sido vítima de um experimento nefasto. Se ele foi uma das primeiras cobaias, a provável neurotoxina deveria estar sendo ajustada ainda. Como efeito colateral, um surto de violência surgiu junto com as alucinações. Acredito que, nesse momento, nosso amigo de profissão deve estar algemado ou sedado. O máximo que ele pode fazer é te pedir algo cortante para usar nele mesmo, mas não em você.
Ao engatilhar a arma, com o objeto para cima, ela olha na direção do chefe. Com uma expressão séria e fechada, ela pondera.
- A julgar pela situação e contexto, se a loucura das vítimas parar por aí, acho que está tudo bem chefe. Ainda assim, estou preocupada com a possibilidade de, a qualquer momento, eles escutarem a tal raposa de duas cabeças dizer que devemos ser mortos. Se a situação chegar nesse patamar, vamos precisar esperar eles voltarem a consciência para continuar o interrogatório.
Guardando a arma na cintura, Dick completa.
- No final das contas, uma bala na perna não impossibilidade alguém de dar testemunho depois.
- Não vou questionar, pois, no fundo, você tem razão. Enquanto eu estiver perto dele, você fica mais afastada e com a mão na arma. Se for preciso, acerte as duas pernas do nosso coitado desafortunado.
No hospital, o policial Victor está algemado numa maca por causa do estado psicótico que teve no cento da cidade. Na ocasião, ele, com outros colegas, fazia a patrulha em torno de um estádio de futebol, que seria palco de um evento de música internacional. Segundo os relatos, inesperadamente, Victor começou a agredir os jovens, que passavam no local, com socos e chutes. Além disso, ele gritava que todos mentiam sobre haver um Sol no céu e que tal ato seria uma blasfêmia. Segundo os médicos, além de ver a Lua de Ouro, o paciente relata ver criaturas com formas monstruosas perto das sombras das pessoas, evidenciando um quadro de paranoia mais acentuado. Por fim, sem explicar o motivo, Victor apresenta um medo descontrolado com relação a uma imensa Raposa Dourada que, segundo o paciente, irá o devorar vivo novamente. Tal temor teve seu ápice logo após ele agredir as pessoas e foi o motivo dele ter dado tiros para o alto. Para os colegas do homem, o psicológico e a mente de Victor tinham quebrado.
No quarto, o policial tenta refletir sobre o que tinha acontecido. Olhando fixamente para o teto, ele tem medo de olhar na direção da janela e ver a Lua Dourada novamente. Ele cogita fechar os olhos, mas sente que tem alguém nas sombras o observando. Cuidadosamente, Victor tenta achar alguém ao olhar para os lados, mas o quarto está vazio. Então, inesperadamente, uma batida na porta. Tal ato é o suficiente para deixar o coração do homem a mil por hora, quase saltando pela boca. Após isso, o detetive Duon abre, lentamente, a porta. Devagar, ele caminha até a janela e se apresenta, somente, após fechar a cortina.
- Olá! Eu sou o detetive que veio pegar o testemunho do colega. Ficamos sabendo do forte estresse que você passou no centro da cidade. Você está bem para nos receber?
- Ah! Eles mandaram outro. Vocês devem achar que eu fiquei louco, mas eu juro que é real. Aquilo fica lá! Parada, brilhando e dá medo. É como ... Como se eu fosse morrer a qualquer momento. Eu sinto que daquela Lua irá descer uma gigantesca raposa, a qualquer momento, para me devorar novamente.
- Vê aquela mulher ali do lado? Ela é minha parceira. Não se preocupe, pois tenho certeza de que qualquer raposa gigante não será um problema. A Dick, apesar de ter aquele rosto frágil, dócil e aparentemente inofensivo, tem uma pontaria mortal. Ela já salvou minha vida várias vezes. Você está seguro, aqui com a gente, meu parceiro. Eu acredito no que você viu e quero te fazer algumas perguntas. Por favor, pense bem nas respostas, pois elas irão ajudar a descobrir o responsável por isso tudo. Primeiro, você estava investigando alguma coisa na faculdade Durdore? Conhece alguém que trabalha lá?
- É estanha, essa pergunta. Os outros policiais, que vieram aqui, estavam mais interessados no perfil toxicológico dos alimentos que ingeri do que qualquer outra coisa. Você acha que alguém controla aquela raposa? Bom ... Espere ... Respondendo a sua pergunta ... A resposta. Bom ... As duas coisas. Eu estava investigando uma denúncia sobre desvio de materiais químicos dos laboratórios dessa faculdade. Foi meu último caso grande antes das visões começarem para mim. Na época, eu fiquei muito amigo de uma jovem estagiária que trabalha em um dos departamentos de pesquisa médica. Ela atua na área de cardio, mas o laboratório dela tem uma parceria com o pessoal da química orgânica, pois eles estavam vendo as alterações cardíacas causadas por um tratamento experimental envolvendo, senão me engano, um novo tipo de fenol sintético. Na época, eu não entendi muito bem essa parte. Como essa estagiária é muito comunicativa e sabia de tudo a respeito de todos lá dentro, colei nela para conseguir o máximo de informações possíveis.
- Você conseguiu algo relevante ou chegou em alguma conclusão? Seus superiores enviaram um relatório sobre os casos que você trabalhou, mas não existe uma investigação sobre desvio de compostos químicos. Era uma investigação secreta para a corregedoria? Existe a possibilidade de polícias estarem dentro desse esquema de desvio?
- Infelizmente, era uma investigação sigilosa. O pessoal da alta cúpula estava com medo de que vários compostos estivessem sendo utilizados, indevidamente, para a produção de entorpecentes e drogas. Eu estava fingindo ser um vendedor de produtos químicos. Por causa do meu histórico profissional, o departamento de inteligência da polícia conclui que eu seria a melhor escolha para tocar essa missão.
- Em algum momento, você poderia ter sido dopado ou envenenado? Aconteceu de você acordar em algum lugar que não deveria.
Com muito esforço, Victor procura por lembranças sobre coisas estanhas, mas a mente dele está uma bagunça. Verdadeiramente, o policial acredita não ter sido vítima de nenhum composto químico, mas sabe, bem lá no fundo, que não pode garantir com toda certeza. Então, ele lembra que, simplesmente e do nada, começou a ver a lua dourada em pleno dia, pela primeira vez, do lado de fora do carro quando estava indo para o faculdade Durdore. Na ocasião, ele quase colidiu com um ônibus.
- Eu, realmente, acredito que não. Pelo menos, não me recordo.
- Você mencionou que teve um contato lá dentro. Poderia informar o nome dela para nós?
- Sofia Feliar. Ela é uma jovem de vinte e poucos anos e muito falante. Alta, cabelos pretos escorridos e sempre anda com uma tiara azul na cabeça. Além disso, ela puxa um pouco de uma perna. Ainda que vocês fiquem só rodando pelos corredores de lá, irão esbarrar, em algum momento, com ela. A Sofia é tipo uma formiga carregadora que não perde uma fofoca.
Após essa descrição, a atenta Dick toca o ombro de Duon e mostra para ele a tela do celular. Nela é exibida uma lista com todos os nomes de pessoas que estão vendo a Lua Dourada. Dentre os desafortunados, está o de Sofia Feliar. Os registros indicam que a jovem tem 23 anos e é estudante de química. Discreto e rapidamente, o detetive Duon olha pra Dick e acena com a cabeça em positivo. Então, enquanto fecha bloco de anotações que estava segurando, ele se aproxima do policial acamado.
- Muito obrigado, colega Victor. Eu acredito que você foi vítima de algum tipo de experiência. De colega para colega. Não se desespere. Logo, iremos solucionar esse caso e lhe trazer uma explicação. Tente não se preocupar com essa Lua Dourada. Quando for o dia e hora dela aparecer no céu, não sai de casa. No demais, leve a sua vida normalmente. Em pouco tempo, estaremos na sua delegacia comemorando a prisão do responsável por tudo isso.
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