01/03 (Canino Canis): Coletando Experimentos

CAP 03 | Coletando Experimentos

Dentro de uma imensa reserva florestal coberta por uma cúpula magnética, diversas construções, de arquitetura circular e coloração verde-clara, são interligadas por trilhos magnéticos brancos, suspensos no ar, pelos quais pequenas caixas com cargas transitam lenta e suavemente. Numa dessas estruturas, dentro de um laboratório, está Canino Canis, uma variante da espécie Canino.

Ele analisa diversos dados de mapeamentos morfogênicos de espécies de insetos que estão migrando de um setor para outro dentro da reserva. Enquanto os organismos migram, ele checa possíveis modificações que podem ser feitas na espessura e na forma das asas das criaturas à fim de garantir um aumento na taxa de seres que consigam fazer a migração com menos consumo de energia. Numa sala de altas paredes de vidro, gramada, com várias estantes contendo plantas e vegetais, bem como bancadas com microscópios e computadores, enquanto Canino Canis anda, calmamente, de um lado para outro, ele checa dados, coleta amostras e realiza testes bioquímicos. Os raios de Sol entram no ambiente de forma suave e aumentam ainda mais a sensação de calor, vida e paz do ambiente, que é resfriado por pequenos dutos que saem de pequenas tubulações presas nas paredes e no teto de vidro.

De repente, Canino recebe um aviso de que havia um problema nos purificadores de água das tubulações do setor 22 na ala norte da reserva. Então, ele checa, por um monitor holográfico, todos os tipos de organismos de grande porte na região que poderiam ter mergulhado e danificado, com um impacto físico, as tubulações, que são formadas por uma liga de biopolímeros de aranha e diamante. Após verificar os dados, ele pondera sobre o ocorrido.

- Como pensei. Lá está ele. Vou usar um dosador de massa por emissão espectral para verificar como está o desenvolvimento das musculaturas e estrutura óssea dessa pequena fera.

Era, nada mais nada menos, do que um ser tipo humanoide que possui cabeça de lagarto, corpo tipo canguru com pelagem roxa e dois enormes chifres vermelhos manchados com marrom. A criatura está correndo de um lado para o outro, próximo à costa do afluente, onde o sensor detectou o problema. Vendo o comportamento do Quasore, atípico para a espécie, Canino considera aqueles rompantes estranho.

- Bom ... Eles não são a espécie mais dorminhoca desse parque, mas ele tá agitado demais. Vou aproveitar e fazer uma punção, para uma inferência hormonal, usando um micro inseto de coleta.

No ar, uma pequena nave, tipo um drone, voa em modo invisível sobre o Quasore e emite ondas espectrais. Na sala que Canino está, ele abre uma gaveta e retira de dentro dela uma maleta. Ao abri o objeto, Canino pega uma esfera prateada com diversas inscrições em alto relevo. Ele caminha um pouco até uma área da sala sem móveis, aperta uma das inscrições da esfera, deixa o item no chão e se afasta. Aquele objeto é um dispositivo de teleporte para grandes equipamentos, o qual Canino usa com certa frequência.

Ao ser acionada, ela levita e começa a girar rapidamente, emitindo diversos feixes de luz branca, até parar a rotação e voltar novamente para o chão. Em poucos segundos, um imenso equipamento vai aparecendo, como se estivesse estado ali num modo invisível o tempo todo. Apesar de ter sido teleportado, a máquina parece estar saindo, lentamente, de um tipo de camuflagem. O equipamento tem 4 metros de altura, 9 de largura por 10 de profundidade e se assemelha a um elevador de carga com diversos computadores nas laterais.

Após o aparelho ter sido completamente teleportado, os dados espectrais começam a chegar aos computadores do equipamento. Em alguns segundos, na parte central da máquina, nano esferas magnéticas começam a sair do chão e formam o Quasare que Canino quer analisar, basicamente fazendo uma impressão 4D do organismo. Em outro computador, Canino executa ordens num programa para que a cópia vá até uma área de testagem do lado de fora da sala. Já tendo visto as análises de massa muscular e óssea, Canino fala rapidamente.

- Como eu pensei. Preciso submeter essa réplica a testes físicos e ver quais genes posso aprimorar naquele Quasare que tá lá fora.

Enquanto a cópia se move e Canino observa os dados hormonais que estão sendo enviados para a sala, um forte barulho de vidro quebrado acaba com a paz do ambiente. Canino, rapidamente, vira-se e percebe nove cachorros quimeras de cinco metros de altura, com escamas de dragão vermelho, entrando lentamente no local. Enquanto ele para e olha cuidadosamente a situação, as feras se posicionam. O cientista pensa sobre aquilo tudo.

"Essa reserva é isolada para fins de pesquisa e estudo. Como quimeras de combate estão aqui dentro? Então, a agitação do Quasare era essa. A julgar pelo fato de que elas passaram por ele sem fazerem mal, o foco delas deve ser eu então. Preciso escapar de um modo que elas não danifiquem os equipamentos dessa sala ou não destruam o parque durante a fuga. A melhor opção será usar como rota ... "

Quando Canino ia continuar planejando, uma Quimera morde, com uma estrondosa ferocidade e agressividade, o pescoço da outra e arranca a cabeça do animal. Nisso, as demais Quimeras partem para cima do membro do bando que desferiu o ataque, o qual se defende em meio a mordidas e latidos. Do meio da briga, passando por entre “patas e dentes”, um jovem de cabelo azul curto e tapa olho, usando uma máscara de respiração, luvas de prata e uma roupa estilo arqueiro medieval, vai até Canino. Ele segura na mão do pesquisador e o puxa para o local onde está o equipamento de impressão 4D. As feras, após terminarem de devorar a Quimera que tinha perdido o controle e atacado o líder do bando, olham e avançam até o jovem e o cientista. Entretanto, intruso já está com a esfera prateada na mão e aperta o dispositivo. Então, o item teleporta o equipamento para o galpão onde os aparelhos de grande porte ficam guardados. Nisso, Canino e o jovem vão juntos, pois estavam dentro daquela grande máquina.

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