01/09 (Agari Nokori): Mundo Das Cobras

CAP 09 | Mundo Das Cobras

Longe do hotel onde Agari e Mife estão, um homem com aparência de rinoceronte toma café na mesma cafeteria que a dupla havia estado. Ele mostra para um dos atendentes um retrato de Mife, mas o funcionário diz não se lembrar da menina, pois aquele era o primeiro dia dele trabalhando ali. Sem obter as informações que queria, aquele ser enigmático se levanta e pega um grande casaco que havia deixado sobre a cadeira do lado. Após isso, ele coloca um chapéu, deixa o dinheiro na mesa e sai sem falar nada. O jovem trabalhador olha com espanto o dinheiro deixado pelo cliente. Perplexo, ele reflete que aquilo deveria valer uma fortuna, pois eram relíquias históricas de uma sociedade que desapareceu há um milênio atrás.

Do lado de fora do estabelecimento, o homem sobe numa moto futurista que levita um pouco sobre o chão. Apertando um botão, ele aciona um mapa 3D holográfico da cidade. Após conferir o trajeto, ele abre, em um dispositivo similar a um celular, o registro sobre 14 meninas. Na tela que se abriu no aparelho, a qual só ele consegue ler, está escrito que Mife morreu em 2182. Segundo os registros, o espírito dela não deu entrada e permaneceu no planeta Terra como uma menina de cabelos verdes com habilidade de prolongação da vida. Além disso, ela tem um nível de ameaça de 800 pontos. Em seguida, o homem abre outro arquivo e aparece o nome Tila Nurdes. Conforme dos dados mostrados, ela morreu em 2183, não há informações sobre a aparência e ela representa uma ameaça de 2500 pontos.

No hotel, sem imaginar o que se aproxima, Agari está pensativo. Ele joga, sucessivamente, uma bolinha de tênis, velha e desgastada, contra a parede. O gato virtual fica como um louco tentando pegar o objeto, mas ele não consegue por ser um holograma. Mife volta ao quarto carregando várias sacolas de doces. Ela grita, animada, que os pedidos chegaram. Nisso, rapidamente, o humanoide olha pra ela e comemora.

- Opa! Hora de forrar o estômago!

Minutos depois, Mife está comendo descontroladamente. Agari e o gato ficam assustados, pois nunca viram a jovem com tanto apetite. O viajante brinca.

- Calma gatinho! Ela não vai fazer espetinho de você e te comer como churrasquinho.

Mife olha pra Agari e diz que ele é cruel, pois ela só está com fome. Rindo, o humanoide vai pegar um doce de kiwi recoberto de chocolate branco com uma calda espessa de cereja, mas é imediatamente mordido por uma cobra amarela. O viajante olha em volta e vê um local de pedras, céu vermelho e com várias cobras, todas de mesma coloração.

- Droga. Lá se vai meu lanche ... Espero que, quando o sino tocar, eu volte ao momento da comida.

Agari se levanta da pedra onde está.

- Bom ... Explorar e investigar esse lugar aqui.

Outra cobra avança nele e tenta cravar os dentes na perna do humanoide, mas sem sucesso. Após isso, a criatura só consegue se debater por causa de uma forte dor na mandíbula. Agari olha para o animal e comenta.

- Cobra, eu tenho revestimento de titânio intercalado com camadas de biopolímeros auto regeneradores.

Furiosa, o ser começa a emitir um chiado, mas Agari só passa por ela. Entretanto, todas as cobras no local começam a emitir o mesmo som estranho. Sem se importar com a situação, o humanoide vai até a mochila e retira um pequeno dado de RPG. Ao tocar uma sequência de números, o item vira uma pena mecânica nanoscópica e Agari é envolto por uma radiação azul. Em seguida, o humanoide abre a mochila e pega a caderneta. Então, ele observa que letras começam a surgir nas folhas e formam uma frase: mundo das cobras amarelas. Tranquilamente, o viajante guarda o objeto na mochila e comenta.

- Ah! Boa ... Agora deu tempo de acionar o sistema de anotações. Da última vez ... O que será que houve para eu não consegui registrar o local?

Então, uma colossal cobra amarela surge atrás de Agari, em resposta ao chamado das menores.

- Ah! Talvez por ter acontecido algo assim ...

O monstro lança um jato de ácido corrosivo, mas Agari se vê de volta no quarto com Mife. Ele olha para as mãos ... Para o corpo ... Procura sinais de corrosão ... Para surpresa do viajante, ele está bem. Então, ele reflete.

“Ah não! Não brinca! Liguei a pena para registrar aquele mundo pra nada.”

Alheia a situação do humanoide, Mife grita que os doces estão deliciosos e diz para Agari pegar outro! Ele olha para a jovem ... Olha para os doces ... Olha novamente para Mife ... Finalmente, ele vai pegar outro doce, mas vê que está sendo arrastado pela correnteza de um rio feito de ácido. Em volta dele, várias cobras amarelas nadam e saltam dentro daquela substância corrosiva.

- Boa ... Lá vamos nós de novo ...

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