01/05 (Agari Nokori): Misteriosa Safi

CAP 05 | Misteriosa Safi

Após abrir a caixa com cuidado, Agari encontra uma série de cartas escritas à mão e todas elas endereçadas a uma garota chamada Safi, que parece ter morado ali. O humanoide olha atentamente as datas e os remetentes. Então, ele percebe que elas foram enviadas por uma pessoa, chamada Mali, ao longo do tempo de quatro anos. O viajante fica sem entender por qual motivo Mife, a menina pintada no quadro, teria aquelas correspondências guardadas ali. Ao ler as correspondências, ele descobre que Mali e Safi eram irmãs. Além disso, o humanoide fica sabendo que Safi havia contraído uma doença e estava se tratando naquela casa. Entretanto, não parece que ela tivesse tido contato com a Mife. Segundo as cartas, estava tendo um surto de uma doença que transformava os corações em plantas e alterava o código genético dos miocardiócitos. Isso fazia com que as células do coração se “desmontassem” e “remontassem” continuamente, ainda que num ritmo lento, gerando um tipo celular de natureza vegetal como subproduto. O estágio final da doença era o nascimento abrupto de uma flor purpura com gotas laranjas no peito do doente.

- Nossa ... Isso aqui foi realmente tenso. Provavelmente, as células vegetais se acumulavam no coração até formarem um tipo de “semente”. Quando completa, essa estrutura deveria proliferar e se desenvolver rapidamente em busca de luz, arrebentando o peito da vítima. O pico de crescimento instantâneo e acelerado deveria ser possível ao sugar os nutrientes do hospedeiro ... Tenso ...

O viajante pensa que talvez, naquelas correspondências, possa obter algum tipo de impressão digital.

- Bom! Vou guardar essas cartas na mochila para analisar com mais calma depois. Eu preciso saber quem são essas duas meninas e como elas se relacionam com a Mife. Não será suficiente só escanear as mensagens. Caso eu vá para um tempo, nesse mundo, antes da doença acontecer, talvez eu consiga ajudar essa garota chamada Safi.

Agari, que está sentado no chão lendo as correspondências, levanta-se. Nisso, uma fotografia que estava na caixa cai. Sem apanhar a imagem no chão, o viajante comenta.

- Pelo que mostra a foto desse lugar no passado, deve ter um andar soterrado aqui debaixo. Isso é uma pena, pois o jardim que ficava do lado de fora era incrivelmente belo.

Após descer as escadas que levam até o nível inferior, ele chega num lugar que um dia já foi um quarto. Então, Agari puxa uma das tábuas soltas do assoalho e encontra outra pequena caixa de metal. Ele abre e percebe um diário antigo.

- As pessoas daqui gostavam de guardar registros em caixas.

Ao ler o diário de Safi com atenção, o viajante descobre que a casa já tinha pertencido a uma família que desapareceu há muitos anos. Além disso, a menina de cabelos verdes, que ele havia visto no retrato, a Mife, não tinha relação com eles. Outro detalhe que Agari repara, ao ver uma foto das pessoas que desapareceram, é que todos eram humanos comuns. Dessa forma, naquele mundo já houve seres que não eram híbridos de rinocerontes, os quais ele havia visto na cidade reconstruída.

- Hum ... Alguma resposta? Não! Puxa ... É sempre assim. Aquela grama? Aquelas poucas árvores! Por que só aqui existe esse pequeno traço de vegetação nesse mundo apocalíptico?

O diário contém muitas anotações sobre a menina doente que estava se tratando na casa e as atividades diárias que ela executava, bem como as preocupações e medos da jovem Safi. De repente, o viajante encontra uma página solta, que parece ter sido escrita no dia em que a garota desapareceu.

- Ela também sumiu! Outra menina com uma doença estranha que desapareceu em um mundo que foi destruído.

Agari comenta, fazendo referência as anotações da caderneta. Com isso, somando com as memórias escritas do humanoide, ele já totaliza 5 jovens. O viajante acha estranho o fato de, em mundos diferentes, sempre esbarrar em informações que descrevam meninas com históricos parecidos. Andando de um lado para o outro, Agari continua a ler o relato de Safi.

"Estou com tanto medo. Papai e mamãe estão extremamente preocupados, pois eles acham que há algo errado nessa casa. Apesar dos temores deles, eu não quero ir embora."

Após colocar o diário sobre uma prateleira, Agari continuou examinando atentamente cada item que encontrou numa sacola guardada dentro da caixa. Os brasões nos carimbos e nas canetas são similares aos das cartas enviadas pela irmã de Safi e sugerem que os pais da menina eram pessoas de riqueza e influência. Um frasco de remédio fechado, contendo pequenos grampos de cabelo feitos com ouro, reforçam a ideia de que Safi era da nobreza. Quatro distintas cartelas vazias de comprimidos indicam que a jovem precisava de um coquetel de medicamentos. Por fim, uma pequena medalhinha de prata com o nome da garota está, diferentemente dos outros objetos, impecavelmente limpa e o humanoide não faz ideia do que isso possa significar.

Pegando o diário e se sentando novamente do chão empoeirado no quarto, o viajante olha fixamente para a capa do objeto. Ele se pergunta o que mais poderia estar escondido nas páginas amareladas e desbotadas.

- Geralmente diários contêm respostas para perguntas que nunca foram feitas. O que eu tenho que perguntar aqui?

Então, Agari percebe que não viu, pela casa, retratos da menina doente. Só há quadros pintados à mão retratando o rosto de Mife. Finalmente, o humanoide chega nas perguntas que poderiam ajudar a responder as dúvidas que estão em suspenso na mente dele, as quais são tão complexas, que ele não consegue dar uma expressão formal e verbal para elas.

- Qual era a relação de Safi com Mife Rubron? Por qual motivo a jovem doente tinha essa fixação na menina de cabelos verdes? Por que ela achava que Mife poderia ajudar na cura dessa doença misteriosa?

Após fazer essas perguntas, inesperadamente, o sensor de perigo, no braço de Agari, emite um alerta.

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