01/02 (Agari Nokori): Carros Voadores
- webquadrinhosdefu
- 10 de dez. de 2024
- 5 min de leitura
Atualizado: 9 de jun.

CAP 02 | Carros Voadores
Agari não consegue conter a empolgação que corre pelos circuitos e órgãos dele, mas logo se dá conta de que os projetos estão incompletos. Mesmo assim, pelos desenhos nos documentos, o humanoide deduz que um dos modelos de carros voadores é capaz de produzir um escudo de proteção usando chamas. Outro veículo pode voar no espaço, mas numa região próxima ao planeta. Um terceiro tem características interessantes: ele pode “voar” dentro do oceano. Por fim, pelo que o humanoide entendeu dos esquemas, o último dos quatro é capaz realizar saltos quânticos para teleportar em pequenas distâncias.
- As corridas de carros voadores realizadas nesse mundo deveriam ser incrivelmente fantásticas. Eu não consigo imaginar como as características peculiares de cada um desses veículos poderia ser usada numa competição. Ah! É mesmo ... Eu não conheço as regras que ditavam essas partidas. Só que ... Espere ... Isso tudo não é um pouco demais para carros de corrida?
Agari continua a analisar os projetos, mas a língua e grafia usadas nos documentos são completamente diferentes de tudo que ele já havia visto antes. As letras, números e símbolos, parecem codificados e impossíveis de serem decifrados sem uma chave de tradução.
- Isso vai é ruim. Esse idioma não consta no meu banco de dados. Além disso, ele não parece ser uma derivação ou fusão de qualquer tipo de sistema de comunicação que eu tenha nos registros.
Com os documentos diante de si, Agari reflete que possa existir algum resquício de manual ou livro, numa língua que ele conheça, em meio dos destroços daquele prédio. Além disso, com mais documentos daquele mundo, em diferentes estilos, ele poderia tentar criar uma decodificação do código de linguagem dos arquivos.
- Talvez nos andares mais inferiores, eu encontre mais salas intactas e consiga algo.
Apesar da suposição do viajante, na descida até o térreo, Agari só encontra salas destruídas e alguns restos de papéis carbonizados. Em todos os andares, pedaços de fios saindo das paredes e dos tetos indicam que todo e qualquer tipo de equipamentos tecnológicos foram removidos abruptamente. Em alguns locais, os cabos de força apresentam sinais de que foram cortados com lâminas simples, como facas de cozinha. Passando por paredes quebradas e corredores chamuscados, Agari, finalmente, chega até o local que deveria ser a recepção de entrada daquele prédio, mas o que encontra só traz mais questionamentos. As imensas portas de vidro do local estam bloqueadas por barricadas feitas com todo o tipo de material: móveis, pedras, madeira e até mesmo aço fundido com uso de laser.
- Isso deve ter sido uma guerra de proporções épicas. Acho que os cientistas daqui destruíram, de propósito, os registros das pesquisas deles. Ainda assim, aquela sala com as plantas dos quatro modelos ... Por que só ela parece ter sido preservada? Agora, só me resta uma última esperança: achar andares secretos no subterrâneo.
Usando um escâner, Agari consegue fazer um mapeamento das estruturas e descobre passagens que levam a quatro pavimentos inferiores que serviam de garagem. Além disso, no último, o humanoide também constata que há uma estrutura singular, a qual parece ser um poço sem fundo.
- Isso é ótimo. Acho que pode ser uma entrada para um elevador magnético, pois, pelas leituras do escâner, não vejo presença de cabos. Só espero não ser um buraco para descarte de lixo ou de ferro velho. Ele parece estar localizado atrás da parede de algo que, no passado, possa ter sido usado como uma sala de máquinas na parte sul do quarto pavimento subterrâneo.
Após atravessar imensas galerias desertas, nos quais ele só avistou grossas pilastras de sustentação, o viajante chega num local onde imensas máquinas antigas, enferrujadas e quebradas parecem ter funcionado por anos com uso de engrenagens e encaixes meticulosamente desenhados. Finalmente, diante da falsa parede, Agari pensa que o mecanismo de abertura da passagem poderia ser mecânico e, tal como tudo ali próximo, deva ter sido danificado pela ação do tempo. Assim, ele retira da mochila verde uma pequena bomba e implanta o disposto na parede. Após alguns segundos, uma explosão finalmente revela o “poço sem fundo" visto nas leituras do escâner.
- Pronto! Agora é só descer mais.
Depois de acionar mini propulsores nos pés, o humanoide desce devagar por aquele buraco de paredes blindadas. Após algum longo tempo de descida, Agari encontra um andar inteiro que parece ter sido poupado do caos. Os computadores dali ainda funcionam e há vários arquivos digitais que parecem ter sobrevivido à queda da cidade. O humanoide, rapidamente, conecta um pequeno notebook e começa a transferir todos os arquivos possíveis. Enquanto esperava o download terminar, ele examina aquele setor com mais atenção.
- Isso é muito bom.
Então, após vasculhar mais, ele encontra uma estante repleta de livros empoeirados. Ele caminha até lá e começa a folhear um por um. A maioria dos manuscritos parece ser, pelas imagens, sobre aerodinâmica de veículos em tempestades. Porém, no meio deles, há um diário. Agari abre o item, mas não consegue ler nada. Ele começa a imaginar que um engenheiro local, talvez, tivesse descrito sobre as dificuldades de trabalhar com a tecnologia avançada daquele mundo. De como eles estavam sempre tentando inovar e vencer obstáculos. Então, ao perceber o que estava fazendo, Agari para de fazer suposições. Com o download concluído, ele pondera que é hora de escanear as páginas de todo o acervo do local.
Após ter feito um pente fino naquele andar secreto, Agari sobe os 90 andares e sai pela janela por onde tinha entrado. Ele julga que ainda não tem textos suficientes para criar um tradutor capaz de decodificar o código de linguagem dos projetos dos carros voadores. Sacudindo a poeira do corpo, ele observa o topo de mais prédios soterrados. Nesse momento, inacreditavelmente, o viajante começa a ver toda a região sendo reconstruída. Agari fica em espanto ao ver a cena surreal diante dele. Tudo ao redor começa a se movimentar em reverso, como se ele estivesse assistindo a um filme sendo tocado ao contrário. Os fragmentos de metal e cascalhos começam a se levantar do chão e voar em direção ao céu, revelando mais construções soterradas, enquanto vão se agrupando e formando espaçonaves, máquinas de batalha e cidades suspensas.
Ele observa perplexo enquanto o tempo retrocede diante do visor dele. É como se a ampulheta incessável do tempo estivesse regredindo. Enquanto escombros e destroços voam pela região, imensos relógios começam a rodar em volta dele, girando a uma velocidade incrível, enquanto os ponteiros dos objetos se derretem à medida que rodam, formando uma espécie de rastro.
- O que está acontecendo?
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Gente! Eu aindo tô chocado com isso aqui! Tô gostando bastante
Bom!
Diferente o estilo! A novel parece focar só no Agari, mesmo assim tô curtindo 🤗!