01/01 (Agari Nokori): Escombros e Destroços
- webquadrinhosdefu
- 10 de dez. de 2024
- 5 min de leitura
Atualizado: 25 de jun.

CAP 01 | Escombros e Destroços
É um ambiente completamente devastado ... Sobre um céu sinistro e tenebroso, repleto de nuvens densas e carregadas, em um lugar que parece ter sido devorado e consumido pela ação impiedosa do tempo e de conflitos armados, um ser humanoide azul caminha, lenta e calmamente, num terreno repleto de restos tecnológicos espalhados pelo chão. Todos aqueles pedaços de sucatas, enferrujados e cobertos por cascalhos, areia e vidro, sugerem que diversos tanques e aeronaves foram alvos de uma força destrutiva sem igual. Ainda um pouco tonto, o viajante, que atende pelo nome de Agari Nokori, busca por sinais de montanhas ou prédios para orientar o trajeto, mas nada de singular é visto ao longe. Ele sente que está caminhando num deserto de poeira e metal. Ao erguer a cabeça para o céu, o tempo fechado impede que ele use as estrelas como guia. Sem saber para onde está indo, Agari fala sozinho e analisa a situação.
- O terreno sob meus pés está muito macio e meus sensores não acharam sinais de terra batida, asfalto ou concreto numa profundidade de 200 metros. As leituras químicas só apontam registros de silício, titânio, diamante e outros três tipos de elementos desconhecidos para o meu banco de dados. Não acredito que esse lugar seja tipo um deserto de outro mundo, pois não vejo dunas ou montes formados pela ação do vento. Exceto por algumas pontas emergindo do chão ao longe, tudo está muito plano. Se eu fosse dar um palpite, diria que tudo aqui, estranhamente, foi soterrado pela poeira e restos de máquinas destruídas em combate.
Com uma mochila verde nas costas, que contrasta com o polido do brilhante material azul metálico que recobre o corpo dele, Agari pisa nos cascalhos pelo chão e avança como se o tempo, para ele, não existisse. O humanoide sente, por um momento, como se uma monstruosa e colossal criatura estivesse nadando por entre as nuvens de tempestade, mas nada é captado pelos sensores do viajante.
- Que estranho ... As nuvens estão oscilando diferente ...
Enquanto busca acompanhar, com cautela, a vagarosa e lenta movimentação das estruturas no céu, Agari lê as anotações em uma agenda que ele sempre carrega. Apesar de ser um item discreto, aquilo é de extrema importância para o humanoide, pois contém as informações que ele já conseguiu em outros mundos. Assim, enquanto memoriza tudo que já descobriu em atividades passadas, Agari segue viagem rumo ao desconhecido. Após horas de leitura e jornada, finalmente, ele se aproxima das estruturas que emergiam do chão e percebe que elas correspondem a restos da cobertura do que seriam prédios futuristas. Então, o viajante confirma as suspeitas de que tudo naquela região foi, de fato, soterrado.
- O que aconteceu aqui. Eu não entendo. De onde surgiram tantas e tantas máquinas de combate para, literalmente, serem reduzidas a farelo e sucata?
Agari olha novamente para todo aquele cenário apocalíptico, mas dessa vez algo chama atenção nos destroços pelo chão. Ele vê algo parecido com uma esfera roxa translúcida, contendo símbolos brilhantes, grudada no que perecia um hardware feito de sódio metálico e fios de ouro. Apesar do objeto estar muito empoeirado e embaixo de vários cascalhos, o brilho emitido pela esfera não escapou do visor de Agari. Na visão do viajante, geralmente, objetos brilhantes, seja lá o que fossem, naquelas circunstâncias, poderiam sinalizar tecnologias interessantes. Sem perder tempo, Agari coleta aquela peça e pensa o que ela poderia fazer. Enquanto caminha, ele lamenta ter chegado tarde demais. Nas reflexões do humanoide, caso ele tivesse ido para aquele mundo antes do momento da destruição, poderia ter acessado um conhecido diferente. Então, ele pondera.
- Talvez não fosse uma ideia tão boa assim. Pelos fragmentos de destroços que vi pelo caminho, as naves deveriam ter canhões de antimatéria, balas de plasma, escudos de força, feixes nucleares e várias armas pesadas. Já que todos esses equipamentos foram reduzidos a poeira, eu teria sido aniquilado se estivesse aqui no momento do confronto. Bom ... agora já foi. Só resta explorar os restos.
Ao chegar numa das pontas que emergem do chão, ele entra por uma das poucas janelas que não estão obstruídas por escombros. Então, o viajante percebe que há como acessar andares inferiores pela escada. Após alguns passos, ao chegar em frente a um fosso de elevador, ele vê que aquele corresponde ao 90º andar daquele prédio.
- Puxa ... Isso aqui é alto de verdade.
Agari começa a vasculhar o local em busca de itens, pistas e peças tecnológicas. Usando uma luz emitida do pulso, ele desce andar por andar para coletar tudo o que for possível encontrar entre escombros e destroços. Ainda vasculhando, ele lembra que leu na agenda sobre um item para momentos como aquele. Então, ele retira um equipamento da mochila e o dispositivo projeta uma tela holográfica
- Boa ... Tá funcionando.
Após Agari tocar na imagem 3D formada, informações sobre o local começam a aparecer. O item é uma espécie de banco de dados e contém uma ampla variedade de informações sobre diversos lugares em diferentes mundos. Conforme as anotações do humanoide na agenda, nem sempre aquele aparelho liga. No caso daquela cidade, as informações indicam que ela havia sido um grande centro de tecnologia e inovação, conhecida por produzir carros de corrida voadores.
- Puxa! Puxa vida! Esse lugar deve ter sido um verdadeiro paraíso que exalava mecânica de alto nível. Puxa! Que pena que acabou ... Bom! Voltar a exploração!
Com um animo renovado, ele guarda o equipamento de volta e segue em frente, pronto para explorar outras salas e andares. Apesar da destruição, Agari pensa que alguma coisa de interessante ele deveria achar por ali. Por um segundo, ele reflete sobre como deveria estar o andar térreo, mas logo volta a focar em tentar achar um computador ou dispositivo que contivesse plantas e projetos dos carros de corrida voadores que eram produzidos ali. De fato, seria um tipo de informação valiosa. Agari poderia revender os documentos em outro mundo ou tentar construir um dos veículos para usar em viagens futuras. Obstinado, a cada cômodo, o humanoide vai encontrando minúsculos fragmentos de peças pertencentes aos carros de corrida voadores.
- Puxa ... Eu nunca sei a razão de saltar de mundo em mundo. Ou ainda, não tenho ideia de como nasci ou fui criado. Apesar disso tudo, o fato de estar dentro de uma fábrica de carros voadores provoca uma sensação diferente em mim. Puxa ... Talvez isso seja alegria ... Que estranho ...
Depois de horas de busca, Agari encontra algo surpreendente. No andar 19, uma sala com diversos dispositivos funcionais foi poupada da onda de destruição que o humanoide constatou nos andares anteriores. Um deles, era tipo um backup de dados e ainda continha os projetos de quatro carros de corrida voadores.
- Isso vai ser interessante ...
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