01/05 (Sunji Nakamura): Apagando

CAP 05 | Apagando

Sunji, muito tímida e um pouco desorientada, aproxima-se do filho da Dra. Nur, mas ela sente, estranhamente, o corpo dela muito pesado. A biogeneticista começa a manifestar uma vontade, quase incontrolável, de bocejar continuamente.

- Senhorita Sunji Nakamura! É um prazer sem medidas ter você, aqui, nessa fazenda! Sinto-me honrado de poder trabalhar com uma mente tão brilhante. Minha mãe me falou extensos elogios sobre você e sua capacidade criativa. Eu me chamo Drurur e sou o filho mais novo da Dra. Nur. Ao meu lado, essa jovem de cabelos lilás se chama Amaya!

- Muito abrigada Drurur! Muito obrigada Amaya! Muito obrigada por vocês virem me receber aqui na porta! Eu fico feliz que a Dra. Nur tenha feitos esses elogios, mas acredito que ela exagerou um pouco por educação. Eu espero poder corresponder a confiança que vocês me deram! Farei o meu melhor!

- Senhorita Sunji, temos muita coisa para te falar sobre a casa e os laboratórios que ficam nos andares subterrâneos! Entretanto, eu aconselho que você durma um pouco! Essa fazenda tem um campo de força que altera, um pouco, a fisiologia humana normal. O melhor que você pode fazer, nesse momento, é descansar e acordar na hora do almoço. Isso irá ajudar o seu corpo a se habituar melhor. Caso você se mantenha de pé, vai estar completamente esgotada na primeira hora que passar aqui, como se estivesse acordada por uma semana!

Sunji pensa em tentar ficar mais alguns minutos desperta, mas a jovem está fazendo uma força monstruosa para manter as pálpebras abertas. Sabendo que irá desabar em pouco tempo, ela, internamente, admite que é melhor seguir as orientações de Drurur e se desculpar depois pela indelicadeza de não falar adequadamente com todos logo na chegada.

- Drurur e Amaya, eu vou seguir essa orientação. Confesso que estou quase dormindo em pé. Estava morrendo de vergonha, pois achei que essa situação fosse por causa da viagem. Dessa forma, estava pensando que se tivesse descansado no carro, eu não estaria nesse estado deplorável.

- Sunji, Drurur é nemesiano puro, mas eu sou meia nemesiana. Quando cheguei, precisei deitar até o corpo se acostumar aqui. A frequência gerada pelo campo de força afeta os neurônios humanos que controlam o ritmo circadiano. Como eles ficam “perturbados”, acabam passando uma informação errada para o restante do encéfalo ...

Logo após terminar de falar, Amaya entrega um comprimido para Sunji.

- Aqui! Pegue! Isso irá ajudar a calibrar corretamente as descargas neurais. Pense nele como um tipo de remédio contra enjoo.

Sunju reflete. Ela considera que se eles quisessem ter a dopado, já o teriam feito. Ela olha para o comprimido e engole em seco.

- Muito obrigada novamente, Amaya! Tenho certeza de que, depois do almoço, eu estarei muito melhor!

Amaya acompanha Sunji até o quarto. Para surpresa da biogeneticista, a pressão de sono é tão forte, que ela precisa ser escorada pela meio nemesiana. Após ser colocada na cama gentilmente, a jovem fecha os olhos e adormece imediatamente. Entretanto, após uma hora de sono, Sunji escuta sons de tiros. Depois uma explosão e isso a faz acordar imediatamente.

“O que está acontecendo?”

De repente, ela vê um homem, de pele verde e olhos imensos, trajando uma armadura militar. O capacete emana uma luz negra e aquele soldado está colocando uma arma na cintura. Antes que Sunji pudesse ter qualquer tipo de reação, o invasor bloqueia a boca da jovem.

- HUMMMMMM ... HUMMMM ...

Ela tentar gritar, mas é inútil. Nisso, um segundo soldado se aproxima e injeta algo na garganta da biogeneticista.

“Eu ... Eu ... Eu tô ... Tô apa ... gan ...”

Após algum tempo, Sunji acorda. Ela está no cargueiro de uma nave. Ela sente frio, mesmo percebendo que está com casaco. Ao tentar se mexer, a jovem descobre que foi algemada. Ela tenta gritar, mas colocaram uma mordaça nela. De repente, a porta se abre e um ser vermelho, parecendo uma mistura de raposa e mulher, entra devagar.

“Foram eles que me sequestraram ... O que será que eles querem de mim?”

A alienígena se abaixa e confere as roupas da jovem. Sunji pensa que irá ganhar algum tipo de refeição, mas a criatura coloca um aro em volta do pescoço de Nakamura. Após isso, imediatamente, um capacete 3D é criado a partir da estrutura.

“Um capacete? Para que?”

Sem perder tempo, a mulher raposa faz surgir um capacete nela também e saca uma arma. Ela dispara uma esfera negra, repleta de espinhos dourados, contra uma parede blindada do lugar. A bomba se aloja perto de uma viga de metal e a intrusa conecta Sunji a ela pela cintura. Após uma forte explosão, elas são arremessadas no espaço e uma pequena nave resgata a dupla.

“Estão me salvando!”

Sunji pensa em falar algo, mas uma neurotoxina é liberada dentro do capacete dela. Então, a pobre jovem apaga novamente.

“Sedativo ...”

Após algumas horas, Sunji se vê flutuando no meio do espaço sideral ... Ao longe, a segunda raptora está sangrando. A jovem pensa no que poderia fazer. Então, inesperadamente, a mulher raposa é pulverizada por uma sequência de tiros lasers. Sunji pensa que ela será a próxima, mas um portal surge atrás da jovem e dois braços a puxam.

“O quê ...”

Agora, Sunji está dentro de uma fragata espacial. O veículo é menos tecnológico que o primeiro onde ela acordou após ser sequestrada da fazenda. Além disso, ela não vê soldados, mas algo que parece um grupo de mercenários.

“Será que ... Que ... Que vão me libertar?”

O homem que puxou a jovem veste um manto negro com bordas douradas e usa uma máscara de besouro. Antes que ela pudesse ver mais, o mercenário dá um murro no queixo de Sunji. Ela apaga imediatamente.

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