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01/03 (Sunji Nakamura): A Viajem

Atualizado: 12 de mar.

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CAP 03 | A Viajem



Sunji não tem um nome para a nova espécie de morangos que ela criou, mas já está indo em direção ao local que passará a morar e trabalhar nos próximos anos ... Quem sabe, para sempre. Ao refletir sobre isso, ela começa a cogitar que o trabalho da vida dela, uma jovem vida, talvez tenha virado uma prisão sem ela saber.


“Ainda mais agora, que eu sei que tem um monte de gente que consegue “ler” pensamentos ... Como vou conseguir sair na rua sem que os segredos do projeto sejam vasculhados dentro da minha mente por curiosos?”


A biogeneticista está num carro dirigido por um dos assistentes da Dra. Nur. Ele chegou um minuto antes do horário combinado e basicamente só falou o nome dele. O homem se chama Faodur. Ele veste um terno negro, tem uma cicatriz perto do nariz e o cabelo possui duas cores. Enquanto uma metade apresenta um tom de roxo bem fechado, a outra é castanho escuro. Sunji pensa em puxar assunto, mas pensa sobre que tipo de cosias poderia perguntar. Nisso, o motorista olha para ela pelo retrovisor.


- Senhorita Sunji ... Temos quatro horas de estrada pela frente. Eu aconselharia a senhorita dormir um pouco. Acredito que será melhor do que conversamos. O caminhão de mudança com suas coisas deve estar chegando amanhã de manhã, mas a casa onde você irá ficar já possui muitos móveis. A Dra. Nur morou lá por um tempo. Muito da mobilha foi escolhida por ela e você irá perceber que a Dra. tem um ótimo gosto.


Sunji leva um susto! Parecia que ele sabia que ela estava pensando em puxar conversa ... Então, ela se dá conta.


- Como a senhorita pensou. Eu sou filho de uma nemesiana com um humano. Especificamente falando, nasci da união entre uma oficial de baixa patente com um engenheiro mecatrônico. Eu tenho algumas habilidades que as pessoas do planeta, que nunca visitei, possuem. Tudo com certas limitações. Por exemplo, eu não consigo ler mentes múltiplas. Além disso, preciso estar perto da pessoa, pelos menos 10 metros. No fim, eu me destaco mais pelo meu conhecimento em botânica e força física. Ah! Não! Não sou só motorista! Como a Dra. Nur não confia em muitas pessoas, ela me pediu para te levar até a fazenda.


- Faodur ... Eu não sei como deve ser a vida no planeta da Dra. Você que faz bem em ficar por aqui. Imagina! Morar num lugar onde todo mundo sabe o que você pensa. Que conversa teria graça. Aliás ... Eu tô falando, mas você já sabe tudo que vou dizer.


- Em Nêmeses, as pessoas conversam, umas com as outras, pela mente. As cordas vocais são treinadas para comunicações com outros povos. Não é por menos, a Dra. Nur, às vezes, apresenta um sotaque carregado para algumas palavras. Não é que ela não saiba como falar a palavra corretamente, mas as cordas vocais dela, vez ou outra, não acompanham. O sotaque fica maior quando ela precisa se ausentar por alguns meses e voltar ao planeta natal dela. Mesmo assim, senhorita Sunji, não se preocupe. Eu não fico lendo a mente das pessoas toda hora. Só li a da senhorita agora, pois notei você com um olhar tenso. Então, achei melhor checar. Desculpe a intromissão.


- Não! Que isso, precisa pedir desculpa não! Vai que fosse algo sério. Acho que eu nem sei mais o que tô falando ... Bom ... Enfim! Eu entendo o motivo pelo qual vocês fazem isso. Eu fiquei refletindo no que a Dra. Nur falou. Eu tive sorte de ter sido ela a chegar primeiro em mim e não pessoas com intenções ruins.


- Com toda sinceridade ... A senhorita deu sorte mesmo. O que não falta nesse mundo são pessoas com más intenções. Umas pequenas ... Outras maiores. Existem alguns que chegam a querer o mal de todo o universo.


- Nem fala nessas coisas! Eu prefiro ficar focada na minha pesquisa e deixar essa parte pesada pra quem se encarrega dela. A Dra. Nur falou que os morangos modificados vão ser usados por agentes. Deixo a parte dos vilões para eles.


- Eu vou torcer que essa vontade seja assim senhorita Sunji, mas tem um lema, dentro da minha família, que sempre repito pra mim.


Sunji olha com atenção para Faodur. Ela busca escutar e memorizar aquele lema. Então, ele recita.


- Se respira, pode matar ou salvar. Cabe a gente identificar.


A biogeneticista, internamente, concorda que aquelas palavras estão repletas de sabedoria. Antes que ela pudesse comentar sobre, Faodur se antecipa.


- Entretanto, descanse, senhorita Sunji. Temos um longo caminho pela frente! Além disso, você irá conhecer alguém que gosta de falar muito. Por isso, precisará estar com as baterias carregadas.


Sunji fecha os olhos, mas continua a refletir sobre o lema da família de Faodur. Ela pensa no que ele poderia estar querendo dizer com aquilo, certa de que ele estava sabendo que ela estava tentando entender. Entretanto, como ele não deu nenhuma explicação adicional, a jovem pensa que seria melhor ela esquecer ou pensar depois. Além disso, ela mesma estava começando a ficar com sono. Lembrando que teria alguém que gosta de falar, Sunji imagina que será bombardeada com várias perguntas. Então, após se forçar um pouco, ela finalmente consegue pegar no sono. Então, Faodur reflete.


“Descanse senhorita Sunji. A vida de muitos dependem do seu trabalho!”


Longe de onde eles estão, na fazenda para onde a jovem vai, um garoto conversa com uma linda jovem, ambos de cabelo roxo.


- Amaya ... Tem certeza de que você vai querer ficar por aqui? Tudo bem que você precisa oxigenar os neurônios um pouco, mas vai fazer isso com mais trabalho? Você ainda não tá se recuperando?



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