01/02 (Multi-9): Amebinha De Esterco

CAP 02 | Amebinha De Esterco

Soraia, a agente que tentou acalmar Heitor, prepara um sanduíche. Ao mesmo tempo, enquanto continua a comer mais salames, o agente DJ pergunta, repetidamente, como o jovem conseguiu invadir os computadores da empresa na Finlândia. O homem faz questão de ressaltar o que pensa sobre o jovem.

- Garoto, você é um nadinha ... Uma amebinha sem cérebro! Para o DJ aqui, é inaceitável que você tenha aberto a porta para uma estranha sem nem pensar.

A irritação do agente só aumenta com o passar do tempo, visto a ausência de reação do rapaz. Então, ele continua a indagar.

- Conte, amebinha de esterco! Conta para mim! Diferente de você, temos mais o que fazer.

Heitor segura com firmeza a barra da camisa e, ainda suando, consegue dizer alguma coisa.

- Eu fui pego de surpresa. Foi só isso. Vocês deram sorte, mas logo vou me recuperar do susto.

DJ se levanta da mesa e, sarcasticamente, sussurra baixinho para ninguém escutar.

- Ele disse mesmo ... Pego de surpresa.

O homem respira fundo e anda em direção a Heitor. Em passos lentos, como um lobo que caminha meticulosamente em direção a presa, ele começa a ajeitar a mangá do terno.

- Uma modelo de lingerie aparecer do nada na porta de alguém é algo muito comum. Acontece todo dia. Com todo mundo ... Muito natural ...

Ao parar na frente do garoto, uma densa carga emocional de raiva e irritação no agente quase pode ser vista por todos no local. Os guardas não sabem o que ele irá fazer. É como se DJ fosse virar uma besta fera e arrancar a cabeça do rapaz com uma mordida só. Ele tinha vindo da Finlândia e achava que teria de resolver algo sério. Entretanto, Heitor se mostra cada vez mais como um "nada". Com um olhar intimidador, DJ comenta sobre a decisão do jovem.

- Amebinha de esterco ... O mínimo que você poderia esperar numa situação como aquela, já que seu hobby é invadir sistemas de gente poderosa, seria uns três caras armados entrando pela janela.

O gigante agente, com 1,90 metros de altura, ainda de pé, inclina-se para ficar cara a cara com Heitor.

- Amebinha de esterco! Moleque!

DJ fala com a voz cada vez mais tensa.

- Idiota inútil ... A mulher linda é a típica distração de filme.

Serrando o punho, ele completa.

- Você não vê filme, pirralho?

- Lógico que não! Dá onde você acha que eu arranjei o tempo para aprender o necessário para quebrar os códigos bostinha de vocês.

Heitor responde olhando atravessado para DJ.

- O efeito do susto tá passando DJ. Podemos ver pela língua dele.

Diz um dos guardas que, sentado numa cadeira, lê uma revista que estava na mesa.

- Criptomoedas menino? Cê curte?

- Come um pouco garoto.

Diz Soraia ao levar um sanduíche para Heitor e ficar entre ele e DJ, meio que empurrando o agente um pouco para trás. Olhando para os colegas, a mulher reforça que a missão do dia não é uma situação séria.

- Vocês podem considerar como um dia de folga.

Olhando para DJ, ela completa.

- Vamos aproveitar e passear pela cidade depois.

Pobre Heitor ... Por dentro, ele se enche de raiva pelas palavras de Soraia. Entretanto, não há o que ser dito contra e isso consume o jovem. Pensando em como dar um fim naquilo, ou tentar entender mais do que está acontecendo, Heitor estala o pescoço com dificuldade. Após, as mãos. Enfim, ele pergunta.

- O que vocês querem?

DJ ri. O grandalhão ri de nervoso. Ele senta no chão e indaga.

- Além de ser uma amebinha de bosta, você tem problemas de memória?

Dá pra ver fumaça saindo do tapete. Entretanto, a coragem de Heitor parece voltar ao corpo do jovem.

- Vocês irão levar meus computadores. Estou certo? Então, a menos que vocês sejam mais burros do que parecem, descobrirão como eu fiz para quebrar os códigos de vocês.

Ao escutar aquilo. DJ ri diferente. O agente reflete.

“Somos burros, na visão dele ...”

Na cidade científica da Finlândia, no quarto onde o robô vermelho monitora toda aquela situação, o observador comenta.

- CARA! ESSE MOLEQUE É DOIDO! Tá chamando DJ de burro na frente daquele monstro?

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