01/01 (Multi-9): Visita De Nada
- webquadrinhosdefu
- 24 de fev.
- 4 min de leitura
Atualizado: 25 de jun.

CAP 01 | Visita De Nada
Numa fria e gélida cidade da Finlândia, repleta de tecnologia e construída no alto de uma montanha coberta por neve, um robô vermelho, com algumas partes de ouro e prata, está sentado numa cadeira gamer dentro de um quarto futurista. Enquanto revisa os códigos do jogo que está criando, ele monitora, atentamente, as câmeras de segurança de um prédio localizado nos Estados Unidos.
- Ixi! Cara! O garoto ainda tá dormindo. Será que ele vai gostar da isca que fiz para ele? Se o DJ tivesse me dado alguns segundos a mais, ela iria ficar mais top ainda! Eu custo a acreditar que esse franguinho de nada é bom no que ele faz, mas as provas são incontestáveis. Vai ser bom ter sangue novo correndo por esses corredores. Só espero que as duas maluquinhas não devorem esse pobrezinho até os ossos!
Observado um “bug” num código responsável pela física de materiais num dos cenários que ele desenvolveu, o robô, imediatamente, para de focar a atenção nas imagens que mostram o interior do apartamento onde o garoto dorme.
- Não! Pera! Isso aqui é mais importante. Se esse cenário quebrar durante a gameplay, vai ter soldado atravessando parede a rodo. O povo já tá lá e não deve dar nada de ruim. Desligar esse monitor aqui ... Focar na correção do código errado ... Bora ser feliz!
Após algum tempo, num imenso e solitário apartamento, um jovem americano de 14 anos, ainda de pantufas e pijama, come um pedaço de bolo. De repente, ele vê, pela câmera de segurança, uma linda loira indo até a porta da casa dele. Quando a campainha toca, o garoto tem a sensação de que a linda mulher está chacoalhando o coração do pobrezinho e fazendo, do órgão, uma massa de pão: apertando e apertando numa fração de segundos. Ele pensa em se arrumar, mas os instintos o fazem ir abrir, ainda com as mãos trêmulas, a porta correndo.
"Ela é linda!"
Ele destranca a porta e está com um sorriso do tamanho do Sol. À medida que ele a abre, todo aquele brilho vai apagando, pois, no corredor, existe um brutamonte segurando um projetor holográfico. Aquele homem é conhecido pelas inicias do nome e sobrenome dele: DJ. Ele nem esperou a alegria no rosto de Heitor sumir completamente. O agente, simplesmente, entra no apartamento junto com outros quatro guardas fortemente armados.
- Bora garoto!
Enquanto DJ fala essas poucas palavras, ele abraça Heitor pelo ombro e conduz o jovem para o Sofá. Ao mesmo tempo, a equipe tática avança, fazendo mira em várias direções. O garoto fica sentado, como se fosse um cãozinho abandonado. Ele tenta pensar.
“Quê?”
DJ vai na geladeira e os guardas tiram os capacetes. Um deles é uma moça. Ela olha para Heitor, que está paralisado e com a pele mais branca que a neve. Então, a guarda olha pra DJ e faz a pergunta que todos os outros agentes estavam querendo fazer.
- DJ! É sério? De verdade! Você jura?
O líder da missão nem olha para trás. Resmungando, DJ responde a colega.
- Eu estou tão surpreso quanto você.
Com uma leve risada, para quebrar o clima, ele completa.
- Pelo menos, os salames devem valer a pena nossa vinda até aqui.
Um guarda, cego de um olho, abaixa a arma que aponta na direção da cabeça de Heitor. Imediatamente após, ele também se manifesta.
- Não consigo acreditar que esse garotinho quebrou a criptografia de segurança feita por programadores de três planetas diferentes.
Então, DJ se senta ao lado de Heitor. O agente arruma os salames num prato e tenta manter a postura de que está tudo bem.
- Dalter, assim como vocês, eu achei que veria um gênio do crime, um alienígena ou algo grande aqui dentro desse apartamento. Não imaginei que o alvo seria um franzino de pantufas e extremamente burro, capaz de abrir a porta ao ver uma estranha.
Após comer duas fatias, DJ manda o pessoal se espalhar e relaxar. Com um tom de desânimo e frustração, o agente conclui.
- É só um garoto mesmo. Perigo zero.
Mesmo em choque, os piores palavrões surgem na cabeça de Heitor ao escutar aquela frase.
“Gente, se espalha aí ... É só um garoto!”
O jovem não passa credibilidade nenhuma. Ele não assusta nem mosquito! Ao olharem para a cara dele, as pessoas pensam que estão diante de um nadinha. Ele tenta dizer algo, mas a boca não se move. Em meio a tudo isso, então, a guarda pede desculpa pela abordagem e pergunta onde estão os pais dele. Ela se senta à frente de Heitor e segura as mãos geladas de medo do menino. Olhando fundo nos olhos, ela passa a mão no rosto de Heitor e seca o suor na testa dele.
- Você está legal?
Apesar dos esforços da mulher, o coitado do garoto só pensa em como tudo ali é ridicularizante. Aquele está sendo o contato mais próximo que o jovem já teve com uma mulher em toda a vida dele, mesmo que seja por pena. Vendo a cena, que julga ser patética, DJ pega um ponto eletrônico na camisa e avisa às unidades de operação, próximas do local, que não é um código sério.
- Todos próximos devem ficar de prontidão, mas só por questões de protocolos.
Nisso, os outros guardas se espalham pela casa e se sentam em qualquer lugar, todos com olhares de decepção. DJ, no fundo, ainda espera por uma surpresa. Ele torce para ver algo único e incomum vindo daquele rapaz. Entretanto ... Nada ... Heitor está, de fato, congelado pelo medo e pânico. Nisso, a guarda se levanta.
- Menino, eu vou fazer algo para você comer. Assim que o susto passar, acho que poderemos conversar.
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