01/01 (Duon Naliart): Novo Caso
- webquadrinhosdefu
- 10 de dez. de 2024
- 5 min de leitura
Atualizado: 25 de jun.

CAP 01 | Novo Caso
Um novo dia começa numa tranquila e pacata cidade da Noruega. Indo de trem, em direção a capital do estado onde mora, Duon lê o jornal matinal como faz todas as manhãs. Sem tirar os olhos da leitura, ele envia um recado para a assistente dele. A mensagem segue o padrão de sempre e é completamente igual as anteriores, para combinar com o estilo da jovem garota que, como de costume, tinha perdido a hora de dormir, assistido a novelas na internet, e, consequentemente, não escutou o despertador tocar.
"Como de costume, espero que ela veja ..."
Apesar dessa normalidade rotineira, como um relógio chato e monótono para algumas pessoas, Duon é extremamente feliz nessas horas da manhã e isso tem um motivo bem peculiar. Ele gosta de poder controlar, nem que seja por um breve período, algo na vida dele. Como detetive da polícia, a vida profissional de Duon é um caos. Ele lida com diversos casos complicados, sempre envolvendo pessoas de peso da alta cúpula da sociedade. Quando não são esses, o detetive está trabalhando para desvendar tramas internacionais. Entretanto, naquele horário de “conforto”, quando ele recebe uma ligação da assistente, Duon começa a imaginar que alguma coisa na vida dele está para mudar. Estranhando a situação, ele fecha o jornal e atende o celular.
– Dick? Bom dia? Você ficou sem internet ontem? Como você está?
– Estou bem Duon. O corregedor me ligou às 5:00 da manhã e me pediu para vir correndo para a delegacia. Ele quis falar comigo primeiro para que eu pudesse te preparar antes de você chegar aqui. Só por isso, você já deve tá percebendo que o tamanho do problema é colossal. A gente tá com receio de você chegar e as coisas desandarem.
Duon, ao escutar aquelas palavras, coloca o jornal no banco do lado. Então, ele se ajeita na cadeira e alivia um pouco a gravata. Respirando fundo, ele pergunta.
– Vamos lá Dick! Foi o caso envolvendo as escutas na casa do senador envolvido com a fraude do banco Diner? Ele conseguiu uma liberdade provisória e agora tá querendo enviar a gente para o “fim do mundo”? Ganhamos, com isso, um caso irrelevante numa cidadezinha esquecida para enterrar nossas carreiras? Se for isso, não é tão ruim. Estamos precisando de umas férias.
– Tem relação com o Banco Internacional Diner, mas não do jeito como você tá pensando chefe. Sobre essas férias, que você tá querendo, isso vai ser um problema também. Eu não sei como você vai lidar com esse novo caso. Bom ... Melhor jogar tudo pra fora logo, que aí você solta os cachorros no trem mesmo. A neta do dono do banco Diner ... Ela está vendo uma imensa Lua de ouro no céu sempre às segundas-feiras. De início, acharam que ela estava louca. Então, fizeram uma triagem, em alguns hospitais e sanatórios, e descobriram que mais 20 pessoas estão relatando a mesma coisa. Sempre às 6:00 da manhã das segundas-feiras, no lugar do Sol, as vítimas enxergam uma imensa lua dourada, com manchas que parecem desenhar a imagem de uma raposa de duas cabeças.
Dick, na sala do corredor, afasta o telefone do ouvido. Do outro lado da linha, Duon xinga, reclama e grita. Ele esbraveja aos quatro ventos.
- ESTÃO ARMANDO PRA MIM? NÃO! Não ... Querem rebaixar a gente! Dick! Você não se vendeu e está participando de alguma conspiração para mancharem a minha reputação como investigador da polícia?
As pessoas no trem ficam assustadas com o modo transtornado de Duon. Nem o guarda, que está no local, quis fazer o homem se acalmar, pois o estado de nervos do detetive é imensamente aterrorizante. Então, Duon faz menção de arremessar o telefone contra a porta do vagão, mas respira fundo. Tirando o paletó e colocando sobre o banco, ele começa a pedir desculpas para os passageiros. Em seguida, antes de se sentar, Duon ainda dá dois chutes no banco do vagão. Finalmente, ele volta a falar com Dick num tom de voz normal.
– Dick ... Depois desse caso ... Qual será o próximo que irão dar para a gente? Descobrir por qual motivo um louco do hospício acha que é o Rei Arthur? Você não percebe que isso tudo pode ser armado. Dick ... Como eu vou provar que alguém, seja lá quem for, está vendo uma Lua no céu? Se eu não tenho como provar isso, como eu vou fazer uma investigação sobre. Quem garante que a “vítima” não foi paga ou está sendo coaginda para dar esse relato.
– Então chefe ... Eu falei a mesma coisa para o corregedor, que tá aqui do meu lado. Ele disse que só passaram esse caso pra gente, pois o dono do Banco Diner confia no nosso trabalho e sabe que, seja lá qual for o motivo pelo qual isso tá acontecendo com a neta dela, nós vamos parar isso.
Quando Dick termina de dizer as palavras “parar isso”, Duon tem um cacoete com os olhos. Então ele pergunta.
– Dick ... O dono do banco usou, exatamente, essas palavras? Sabe o tanto que peço para você prestar atenção nas coisas que as pessoas dizem e me falar, igualzinho, o que elas disseram ... Repetir completamente igual.
– Chefe, ele falou exatamente essas palavras! Além disso, eu tenho a gravação da ligação dele para o comissário aqui. Assim como você, eu também achei estranho ele pedir para a gente “parar isso”, pois ...
– Ninguém morre por ver uma Lua de ouro no céu, ao invés do Sol, em um dia da semana. É estranho, pois ele não quer só que a gente descubra o que está acontecendo. Ele deseja que façamos a neta dele parar de ver essa Lua. Dick! Aguarde que estou chegando aí. Enquanto isso, pesquise tudo que estiver ligado à Lua de ouro. Além disso, reúna o máximo de informações relacionadas com raposa de duas cabeças. Eu tenho oitos minutos até chegar aí. Tentarei lembrar se existe algo no caso do banco que possa ser uma pista. Ah! Obrigado por ligar antes Dick! Você agiu muito bem.
– Nada chefe. Eu ...
– Duon, é o comissário na linha. Eu achei esse caso um absurdo. A Dick, não teve essa ideia à toa. Você precisava ver o quanto ela xingou aqui quando eu contei tudo isso. Ela só se acalmou quando mostrei a gravação. Eu sei que vocês dois estão num estado de nervos só. Se vocês precisarem passar algum outro caso que esteja em aberto, algo menor, para algum colega aqui do departamento, não pensem duas vezes. Coloquem prioridade total nessa situação. O Dr. Hector estava bem tenso e preocupado na ligação.
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