01/07 (Duon Naliart): Entrega E Pagamento
- webquadrinhosdefu
- 24 de fev.
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Atualizado: 9 de jun.

CAP 07 | Entrega E Pagamento
No dia seguinte, Sofia vai cedo para o laboratório, pois está com alguns experimentos atrasados. Mesmo com a vida corrida, antes de chegar no departamento de química, ela passa pelos de física e de biologia marinha para trocar conversa com antigos amigos de cursinho que foram aprovados no vestibular no mesmo ano que ela. Finalmente, entrando no laboratório 1 hora depois do que tinha planejando, ela começa a arrumar os equipamentos e a vidraria. Organiza tudo com uma mão somente, pois a outra está digitando, alucinadamente, no celular. Dessa forma, ela conversa com amigos e fãs de redes sociais que ela administra.
“Aqueles detetives de ontem ... Será que eles suspeitam de algo?”
Quase 30 minutos após chegar e começar os experimentos, Sofia sai e via na sala ao lado para pedir um reagente químico emprestado. Algum tempo de conversa com técnicos e estagiários, ela retorna ao laboratório para começar uma dosagem de compostos orgânicos. Inacreditavelmente, para cada etapa do procedimento sempre falta alguma coisa. Com isso, ela acaba indo ver, várias vezes, se algum colega de departamento tem um pouco de cada reagente que ela precisa. Sofia vai “mendigar materiais” e também ficar atualizada das novidades do dia. Numas dessas idas, a estagiária dá de cara com o professor da disciplina de toxicologia, no meio do corredor, conversando com um homem.
- Bom dia Sofia! Como estão os experimentos de hoje. Torço que esteja tudo bem. Deixe-me apresentar para você. Esse é meu irmão, Krunre.
- Oi professor! Bom dia irmão do professor! Professor, o senhor quase não vem nos laboratórios. Está precisando de alguma ajuda. Falar nisso, pensei que você estava num simpósio lá no Brasil.
- Eu estava, mas precisei retornar. O departamento de vigilância sanitária pediu uma ajuda especial de todos pesquisadores que trabalham com toxicologia.
- Nossa! Isso que dizer que seu irmão também trabalha na mesma área! Vocês devem ser o orgulho da família.
Nisso, Krunre manifesta um sorriso de canto de boca. Os olhos do homem brilham diferente. Enquanto ele coça o pescoço e coloca a mão no ombro do irmão, explica a situação para a jovem.
- Meu irmão aqui, seu professor, ele é o orgulho de nossos pais. Eu, talvez, posso dizer que tenho uma condição financeira melhor, não que a dele seja ruim. Eu trabalho como produtor musical para uma gravadora internacional, por isso, naturalmente, tenho ganho com comissões e direitos autorais. Só ... que ... Olha só ... Eu e essa minha boca grande. Qualquer dia desses, ainda serie sequestrado por falar demais.
O professor de toxicologia começa a rir.
- Meu irmão sempre tenta bancar o rico esnobe ou o artista escroto, mas a verdade é que ele é um pianista único. As obras dele são magníficas e, geralmente, ele deixa que outros artistas assumam a autoria das canções que ele faz. Ele dá de presente.
- Então, dois gênios fora da curva!
- Bondade a sua. De qualquer forma, eu estou em busca de novos talentos aqui na faculdade. Infelizmente, o mundo musical está muito repetitivo e precisamos de um novo ícone. Você gosta de cantar. Sei que é muito de surpresa, mas já que estamos conversando por obra do destino, sinto-me obrigado, pelas estrelas, a fazer essa pergunta.
Sofia começa a rir alto.
- EU! CANTAR! Nem quando vou tomar banho, senão o chuveiro entope como protesto. Ah! Acho que ... Tem uma menina nova no departamento de física e um na geologia que sabem cantar muito bem. O rapaz, inclusive, era de uma banda antes de passar no vestibular.
- Krunre, meu irmão! Sua superstição no destino parece que te proporcionou um grande presente. A Sofia é ótima pra conhecer as qualidades das pessoas. Você chegou atrás de quatro jovens, mas só precisará de mais dois.
Quando o pianista e produtor musical iria falar mais, o celular de Sofia acusa o recebimento de uma mensagem. A estagiária, rapidamente, observa o conteúdo e se despede dos dois.
- Minha professora tá querendo que eu volte ao laboratório. Professor, deixa meu contato com seu irmão. Daqui a pouquinho, eu envio o número da garota e do garoto para ele bater um papo com os dois.
Andando rápido, Sofia parece não estar com forças nas mãos para segurar as muletas. Ela sai do departamento de química e segue para o prédio onde são ministradas as aulas de administração. Após olhar para os lados e perceber que o segurança está saindo do posto para pegar uma água, ela segue por um corredor em manutenção. Depois, sobe pelas escadas de incêndio e chega num andar que está sendo reformado, mas vazio naquele horário. Ela avista duas meninas na porta do que será um futuro banheiro. Sem trocar uma palavra, ela passa pelas duas e entra no lugar. Lá dentro, a neta do Dr. Hector está sentada em cima da pia e mexendo no celular. Ela é uma menina loira, olhos castanhos e corpo de modelo. Está com um casaco xadrez amarrado na cintura. A blusa e calça social, todas pretas, ressaltam os longos fios encaracolados que caem sobre a roupa. Krefdi, ao ver Sofia, fica com uma expressão séria e fechada. A estagiária, por sua vez, só abre a bolsa e tira um saco de pão com algo dentro.
- Aqui estão os entorpecentes, Krefdi. Eu escondi no pátio de trás, lá onde está abandonado ... Eu demorei pra chegar lá e depois vir aqui, pois estou usando essas muletas ...
Antes que pudesse terminar de falar, a neta do Dr. Hector pula da pia, voa na mão de Sofia e arranca o embrulho. Ao mesmo tempo, ela segura a cabeça da estagiária e empurra contra o vidro. Puxando o cabelo da jovem com força, a agressora joga o embrulho longe e tira um batom do bolso. Sofia está paralisada pelo medo. Como de costume, ela é agredida com chutes e socos, além de ter o rosto sujo com maquiagem. Alguns minutos depois, a neta do Dr. Hector sai do local segurando o pacote e é seguida pelas amigas dela. Perto da pia e abaixada no chão, Sofia chora em silêncio. Com dificuldades, ela se arrasta até uma das cabines individuais e pega, de uma lixeira, um saco contendo roupas novas. Tirando um espelhinho, que também estava escondido, ela limpa o rosto com papel o higiênico do lugar.
“Eu não aguento mais ... Todo esse bullying comigo.”
Chorando, ela sussurra.
- Um dia ... Um dia ... Um dia iria me vingar ...
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