01/05 (Duon Naliart): A Estagiária da Química
- webquadrinhosdefu
- 24 de fev.
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Atualizado: 9 de jun.

CAP 05 | A Estagiária da Química
O jovem, tentando disfarçar uma expressão de preocupação, aponta para o laboratório ao lado, mas informa que, talvez, Sofia estivesse no horário de almoço. Após agradecerem, os detetives se sentam num banco em frente ao laboratório indicado. Duon se sente imensamente aliviado, mas não entende o motivo dessa sensação repentina. Além disso, ele não saber a razão pela qual está se questionando por não ter batido logo no laboratório onde Sofia trabalha. De repente, o detetive percebe que Dick, novamente, está com a mão na arma.
- Dick, solta isso! Estamos numa faculdade e nosso alvo nem está aqui.
Então, Dick olha para a mão dela e leva um susto por estar segurando a arma, sendo que ela mesma nem tinha se dado conta.
- Desculpa chefe. Acho que foi automático ... Eu não percebi.
Nisso, as luzes do local começam a oscilar. Os detetives veem duas mulheres correndo ao longe e entrando em um dos laboratórios, sendo uma coreana com uniforme de piloto e outra de cabelo Chanel usando roupa social laranja. Imediatamente, Dick faz menção de levantar para ir atrás delas, mas Duon segura o braço da assistente.
- CALMA! Parece que vai salvar alguém de um tiroteio. Aqui é o departamento de química, mas nada impede delas serem alunas fantasiadas de um curso de teatro e que estão correndo para realizarem algum experimento ... Tipo estagiárias que estão atrasadas e não tiveram tempo de trocar de roupa.
- Essa faculdade parece um hospício.
- Eu sei ... Alguns alunos daqui parecem estranhos demais. Entretanto, vamos focar em falar com a Sofia. Ela é nosso alvo. Não descarto a possibilidade de haver um pequeno grupo de universitários ligados com a Sofia, pois o Victor estava investigando desvio de compostos químicos. Essa garota não deveria agir sozinha aqui dentro.
- Cogita a possibilidade de algum professor estar envolvido?
- Dick, eu suspeitaria até da tia da limpeza ... Entretanto, nossa tagarela deva dar direções inesperadas.
Ao falar de Sofia, ela aparece no corredor, indo em direção a entrada do laboratório dela. Duon e Dick se levantam e andam na direção da jovem.
- Boa tarde! Sofia Feliar?
- Vocês são do hospital? Eu pedi para que tudo aquilo ficasse em segredo. Vocês parecem ...
Antes que Sofia pudesse terminar de falar, Dick mostra o distintivo. O rosto da estagiária, que exibia uma expressão de medo e fragilidade, imediatamente adota um semblante de surpresa.
- Polícia? O que eu fiz?
- Bom ... Acho que as perguntas são parte do nosso trabalho. Só queremos conversar. Está com tempo.
- Lógico! Tem acontecido tanta coisa estranha que não consigo focar nos experimentos. Minha vida está uma loucura. Tudo está de pernas para o ar. O pessoal do laboratório disse, inclusive, que eu poderia tirar o dia de folga hoje depois do almoço.
- Isso é uma ótima coincidência. Vamos para um café?
Sofia não pensa duas vezes. Ela manda uma mensagem para a professora dela, que é chefe do laboratório, e segue com os detetives. Após se sentarem na mesa, Duon começa a conversa.
- Estamos entrevistando as vítimas de um misterioso fenômeno de alteração sensorial. Dentre os nomes na lista, sabemos que você manteve contato com um vendedor de produtos químicos, chamado Victor ...
- Sim. Nós saímos algumas vezes, mas ele desapareceu. O Victor está bem?
- Ele tem visto o mesmo objeto amarelo que você relatou para a equipe médica.
- Desculpe te corrigir ... Não é amarelo ... Aquilo é dourado e brilha mais que uma barra de ouro polida. Eu pensei que estivesse surtando ... Além disso, imaginei que o Victor sumiu por eu ter apresentado algum comportamento anormal que assustou ele. Eu pensei muita coisa. Não posso contar pra ninguém daqui sobre isso.
- Quando foi a primeira vez que você teve as alucinações?
- Foi durante a aula de química inorgânica no primeiro horário. Por sorte, eu estava dentro de sala de aula e aquela Lua no céu, lá longe, não dava tanto medo. Na segunda vez, eu cheguei atrasada e, do nada, o Sol não era mais o Sol. Eu abaixei e coloquei as mãos na cabeça ... Foi um horror. Todo mundo viu e não entendeu nada. Eu tive que engatinhar até o prédio da faculdade, pois eu não conseguia ficar de pé e encarar aquilo. Só depois de 1 hora no banheiro, que sai e fiquei observado aquele troço, mas vendo daqui de dentro.
Dick, curiosa com a normalidade que a estagiária descreve a situação, indaga.
- Quando você conseguiu vencer o medo?
- Quem? Eu? Se eu botar o pé fora desse prédio, com a Lua lá em cima, entro em pânico. Ver ela daqui de dentro, eu interpreto como se fosse um LSD da vida. A coisa não existe, mas eu tô vendo. Como eu lido com um monte de composto químico, até achei que fosse um efeito de algum deles. Tipo, dano causado por exposição a gás tóxico. Só depois que o pessoal do hospital ligou pra mim, que fui descobrir que tinha mais gente com a mesma coisa.
Apesar da honestidade na voz de Sofia, Duon não está satisfeito com as declarações da moça. Ela trata, aquilo tudo, com muita naturalidade. Naturalidade até demais para alguém que está mentindo.
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