01/09 (Canino Canis): Salões Imperiais de Kojer

CAP 09 | Salões Imperiais de Kojer

Quatro dias após a fuga do quinteto inesperado ... Num imenso salão sem paredes à vista ou pilastras no interior daquele ambiente que ostenta lustres de ouro pendurados num teto que reproduz, com uma pintura exuberante, o mais longínquo do universo, guardas marcham em direção a quatro cadeiras flutuantes. Enquanto o assento do Dr. Credan está vazio, os outros três dos Quatro Magníficos estão sentados nas respectivas cadeiras deles. Flutuando acima dos cientistas, está um trono real feito de prata e ouro. Nessa posição de destaque, o Diretor observa o movimento dos soldados.

Enquanto um pequeno exército, com guardas vestindo armaduras de diamante, marcha pela fileira da direita, um grupo de gigantes com blindagens e armaduras de esmeralda seguem pela fileira da esquerda. Entre os alinhamentos formados pelos combatentes, dois comandantes andam em direção aos Magníficos e ao Diretor. Um deles caminha trajando um magnifica armadura de diamante. Nela, há desenhos, em alto relevo fosco, que mencionam símbolos numa linguagem desconhecida e o designer da armadura lembra um leão. Além disso, os punhos e elmo da vestimenta fazem alusão ao rei das selvas. Ao lado deste comandante, o outro usa uma armadura de esmeralda reluzente, com detalhes em alto relevo num tom de verde bem escuro e opaco. Tal como o primeiro, a proteção do segundo faz alusão a um animal de força e poder. Dessa forma, ela tem um designer, singular e único, que lembra um urso de três cabeças.

As tropas, ao chegarem perto das cadeiras dos seres que estão numa posição hierárquica superior, cessam a marcha e ficam em formação. Sem se abaixarem aos três magníficos ou ao diretor, os dois comandantes param e continuam de pé. Então, o comandante das tropas de diamante, Donabre – o leão que despedaça as estrelas agonizantes do céu noturno – começa a falar o relatório dele.

- Estamos varrendo toda a região ao Norte, que corresponde a localização onde foram detectados os sinais da moto que a segunda em comando, Rufiane, pegou na base militar. Continuaremos seguindo o rastro dela, pois acreditamos que a espécie variante de Canino esteja nessa rota. Além disso, perdemos contato com a oficial. Como aquela região possui fortes ondas magnéticas, acreditamos que o comunicador dela tenha dado problema e o pior não tenha acontecido.

Oskator de Esmeralda abre mapas holográficos que mostram a movimentação das tropas dos dois comandantes, as quais se deslocam pela região do Norte e Leste. Ele completa a exposição do irmão.

- O alvo de Rufiane deve estar tentando uma rota de fuga pelo antigo portal abandonado localizado nas ruínas que ficam ao noroeste, mas não acredito que a variante de Canino consiga ativar aquela passagem. Como ainda não sabemos quem o criou, é provável que ele esteja recebendo ajuda externa de outro planeta. Por essa razão, temos fortes suspeitas de que ele tentaria essa rota para escapar e não outra tradicional. Não há possibilidade de ele sair desse planeta usando uma nave ou disfarçado como civil numa decolagem comercial.

Ao ver os mapas que Oskator mostra, o Dr. Drekin, do planeta Nêmeses, reflete e ajeita a capa lilás que usa, a qual fica constantemente embolada sobre os pés. Após alguns segundos de ponderação, o cientista, com quase meio milhão de anos de experiência de vida, comenta.

- Vocês estão fazendo um ótimo trabalho. Continuem seguindo para o Norte e para o Leste. Essa variante de Canino não pode fugir do planeta. Além disso, é importante que ele seja capturado com vida. Não sabemos quais tipos de habilidades excepcionais essa variante pode apresentar. Continuem as buscas. Achem esse alvo o quanto antes. Ele é um perigo para a segurança dos planetas que protegemos. Se capturado por forças inimigas, na hipótese delas não tiverem sido as responsáveis pela construção dele, nossos adversários terão acesso a um organismo vivo com o código genético muito próximo aos Caninos da tropa de extermínio e localização. Para descobrirem o segredo do “sonar perfeito”, faltara muito pouco. Agora, podem se retirar.

Donabre e Oskator fazem continência e se viram. Enquanto os dois andam lentamente, as duas tropas seguem os comandantes.

Algumas horas depois, dentro de um veículo de deslocamento em terra que segue para o Leste, Oskator conversa com Donabre e faz uma pergunta vital ao irmão.

- Não teria sido melhor termos abandonado nossas posições e partido em viagem junto com Rufiane, Iosmem e Canino?

Então, Donabre, portando um olhar sério e concentrado nas leituras de energia do mapa que ele monitora, responde a indagação.

- Foi melhor termos deixado nossos clones com eles. Podemos fazer muito mais estando dentro do comando, do que se tivéssemos deserdado nossos postos. Rufiane é bem forte. O Iosmem, que o Dr. Credan contratou, possui a vantagem de ter um olho de dragão vermelho implantado com sucesso nele. Enquanto os dois, Canino e nossos clones buscam pelo Dr. Credan nas terras ao sul, nosso foco deve ser procurar pelo Norte, Leste ou Capital. Eu suspeito que, talvez, o doutor não esteja mais nesse planeta. Seja como for, devemos nos empenhar em checar todo o globo primeiro e, só depois, seguir para regiões fora daqui.

Então, Oskator olha pra cima e pondera.

- Irmão, se foi o exército inimigo que levou o Dr. Credan, nós vamos ter um problema daqueles. Muitos planetas inimigos temem as tropas Canino e dos Dragões Vermelhos. Por isso não atacam. Se souberem que uma das nossas melhores infantarias foi comprometida, teremos uma chuva de naves voando em direção aos planetas membros. Vai ser um caos.

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