01/10 (Canino Canis): Cometa De Níquel
- webquadrinhosdefu
- 1 de jul. de 2024
- 4 min de leitura
Atualizado: 17 de jun.

CAP 10 | Cometa De Níquel
Após vários dias da fuga de dentro das cavernas de diamante localizadas na reserva florestal que o Dr. Credan usava como base de estudo, o grupo de Canino segue por túneis subterrâneos nas cidades devastadas ao Sul. Dessa forma, Canino, Rufiane, Iosmen, o clone perfeito de Donabre e a cópia de Oskator avançam com cautela e prestam atenção a qualquer tipo de imprevisto. Os clones usam roupas ninjas negras idênticas para não serem reconhecidos por inimigos e a única forma de diferenciar os dois é pelo tamanho, já que o sósia do irmão mais velho tem a altura maior.
Apesar da escuridão, o clone de Donabre emite pequenas esferas cintilantes e luminosas da mão, as quais são capazes de iluminar todo o ambiente. Então, elas revelam, logo à frente do grupo, um lugar estreito, com baixa altura e com chão de pedra completamente encharcado. Eles caminham molhando os calçados até chegarem a uma saída, que parecia a garagem alagada de um antigo museu de tecnologia e história. O lugar cheira a ferrugem e a umidade é forte. Vendo diversos veículos abandonados, Canino pergunta o que tinha ocorrido ali. Iosmem, então, responde.
- Há alguns anos, essa parte da cidade foi pega de surpresa por uma infantaria de seres de plasma. Eles destruíram toda a vida nessa região. Como todas as tropas estavam em batalhas externas e ninguém imaginaria que eles conseguiriam passar pelos escudos magnéticos que envolvem o planeta, foi um massacre. No fim, quem derrotou todos os invasores foi o comandante Najok, que estava se recuperando de uma batalha. Entretanto, não deu tempo de ele chegar antes que os inimigos acabassem com essa região. Após a tragédia, ninguém quis morar mais nessas terras. Todos têm receio de que uma nova falha nos escudos magnéticos possa permitir a entrada de uma nova invasão dos seres de plasma. Assim, o local aqui foi entregue à própria sorte e a erosão causada pelo tempo. O medo é tão grande que nem mesmo grupos de criminosos se instalam por aqui.
Canino olha todo o museu que, ainda, possui diversos artefatos em exposição. Além disso, ele observa as roupas rasgadas e apodrecidas pelo chão.
- Ninguém teve interesse de tirar os artigos históricos ou de valor daqui?
Então, Rufiane responde aquela dúvida apresentada pelo irmão.
- Canino, você nunca viu um ser de plasma. As pessoas têm medo de que, ao chegarem aqui, ocorra o mesmo que aconteceu com todos que moraram na cidade. Simplesmente, ninguém vêm ao local por causa do trauma. Desde aquela época, nada foi saqueado e tudo está como ficou após a batalha: bancos, supermercados, lojas, shopping e outros estabelecimentos que você possa imaginar.
Quando o grupo sobe os andares, Canino avista, em um amplo salão iluminado pelos buracos na parede e no teto, um imenso cometa de níquel em exposição. O objeto está completamente empoeirado e é do tamanho de um caminhão. Ao se aproximarem, Canino percebe, por baixo da grossa camada de sujeira, diversas inscrições estranhas no cometa. Além disso, ele também lê, numa placa de informações, que as escritas pertenciam a um povo de um planeta distante não identificado. As anotações ainda revelam que, possivelmente, o fragmento não era um cometa de verdade, mas um pedaço de material de uma estação orbital que foi destruída. Por fim, ela informa que o scaner de tradução, usado pelo instituto, decifrou as inscritas no corpo de níquel como sendo de um texto que descrevia um ritual, com uso de forças mágicas, para fazer nascer vida de um ventre morto.
Canino, após ler aquilo em voz alta, escuta Rufiane comentar que os tradutores deveriam estar quebrados. Ela já tinha visto magia aplicada em diferentes planetas, mas nunca para fazer um ventre morto gerar filhos. Então, ela conclui.
- Magia de vida para trazer “vida” de onde não há vida! ISSO ME IRRITA! Além disso, se o povo era desconhecido, não teria como o tradutor afirmar que, a grafia por equiparação com outros povos, está completamente precisa. Na minha visão, deveria ser uma estação orbital para trazer vida a um planeta morto. Isso faz mais sentido, para mim, do que essa bobagem de ritual. Essa inscrição deveria ser como um texto de boas-vindas para quem chegasse na estação e visse esse objeto na recepção.
Canino fica olhando o texto. Ele observa as escritas com uma atenção e interesse fora do comum. É como se o cientista estivesse hipnotizado pelos símbolos. Então, ele se virá para Rufiane e tenta perguntar algo inesperado para ela.
- Rufiane ... Enquanto eu estava sendo gerado, você me viu. Você revelou isso quando me encontrou na caverna de diamantes. Você sabe dizer se ...
Imediatamente, Rufiane o interrompe, com raiva, o irmão.
- Você foi gerado numa incubadora e não por magia. Você nasceu graças à ciência pura, aplicada e avançada.
Ainda furiosa, ela dá um soco no cometa e, por não calibrar a força, a jovem faz o objeto histórico se despedaçar em “infinitos pedaços”. Entretanto, o que ninguém poderia esperar é que, enquanto ele se transforma em diversos fragmentos menores, o corpo celeste libera uma névoa vermelha que faz Canino perder o controle. O cientista entra em modo de fúria. Então Rufiane tenta confirmar se ele está bem.
- Canino! Canino! O que está acontecendo?
Agora, os olhos do cientista, após respirar a névoa, estão num vermelho intenso, vívido e brilhante. Além disso, as veias parecem “saltar” pelo corpo. Finalmente, um urro ensurdecedor é emitido por um Canino Canis muito diferente do ser calmo e de poucas palavras que o grupo conheceu. Enquanto todos olham, sem entender, o que tinha acontecido, Canino Canis urra cada vez mais alto e o brilho da névoa vermelha aumenta a cada grito.
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