01/01 (Sunji Nakamura): Visita Na Madrugada
- webquadrinhosdefu
- 27 de out. de 2023
- 4 min de leitura
Atualizado: 25 de jun.

CAP 01 | Visita Na Madrugada
Numa madrugada de domingo, a doutora Sunji Nakamura está explodindo de alegria. Ela finalmente conseguiu criar a variante de morangos que ela queria. Morangos maiores e com um aroma que conseguia repelir e matar diversos tipos de pragas. Quatros anos de intensos estudos sobre recombinação gênica, para fazer os morangos produzirem, naturalmente, uma molécula muito similar a um inibidor de uma proteína essencial para a sobrevivência das pragas. Rodando na cadeira do laboratório, ela cogita que serão uns dez anos até liberarem a variante para o mercado. Ela pensa que irá ganhar prêmios e mais prêmios. Então, uma batida na porta.
– Ué? Quem está batendo aqui na porta a essa hora da madrugada. Será que alguns dos guardas veio me falar que o prédio está pegando fogo e só eu que não escutei os alarmes de incêndio. Só que ... Eu tô sem fone de ouvidos hoje.
Ao abrir a porta, Sunji se depara com uma mulher alta. Ela tem cabelos roxos e a pele branca é lisa como uma porcelana. Além disso, aquela pessoa usa um jaleco roxo. Do lado dela, dois seguranças. Todos usam óculos escuros. A Dra. misteriosa usa uma bengala luxuosa, que possui uma pegadura de prata e todo o restante feito de titânio roxo. Com um sotaque bem peculiar e carregado, ela fala com Sunji.
– Pesquizádorra Sunji? Estou certa? Possô entrar? Vim te fazer uma visita. Você não me conhece, mas eu tenho acompanhado seu trabarro com atenção. Perdoe meu sotaque. É uma limitação biológica. Nem todas palavras saem perfeitas na sua linguagem. Cordas vocais ... Posso entrar?
– Olha ... Desculpe-me. Seu sotaque não é ... Nem o problema. É ... Eu não te conheço. Eu não posso te deixar entrar. Se você insistir, vou precisar chamar os seguranças.
Enquanto a Dra. Nur faz menção, com as mãos, para que os dois seguranças fiquem parados ali na porta, ela entra no laboratório tranquilamente, mesmo Sunji tendo dado negativa.
– Irá conhecer hoje ... Essê não é a problema. Venrra ...
Para surpresa da biogeneticista, ela vê a Dra. entrar no laboratório, passando por ela, sem que a jovem fizesse nada para impedir. Em seguida a mulher de cabelo roxo se dirige até uma bancada, pega uma cadeira e se senta. Depois, ela puxa outra cadeira para Sunji e estica o braço.
– Vamos menina! Pode se sentar! Eu não morda ... Prazer! Sou a Dra. Nur. Vou falar algumas coisas para você. No momento, será muita informação, mas acredito que você irá entender. Eu tenho observado seu trabalho a longos quatro anos. Você acreditava que estava manipulando esses gêneros comestíveis e chegaria a um resultado.
Sunji vai se aproximando, devagar, até a cadeira, escutando a Dra. Ao ouvir a palavra resultado, dita pela mulher, Sunji sussurra algo.
– Um trabalho de uma vida.
– Uma rróvem vida menina, mas um trabalho intenso e dedicado. Como eu disse, você achou que chegaria a um resultado. Após você conseguir estabilizar a sequência sintética de DNA que você planejou, numa região cromossômica impossível de ser manipulada, fazendo com que o próprio DNA intruso produzisse, no quinto dia de germinação, uma proteína que auxiliaria a manutenção e estabilidade cromossômica da região, eu tive de reconhecer sua elegância e brilhantismo. Você conseguiu germinar essas sementas e as fez brotarem frutos. Eu venho ficando surpresa com alguns humanos de uns tempos para cá. Você é a quarta. Entretanto, você calculou o antes, não o depois.
– O ... Depois? Você está falando que a molécula exalada no aroma do morango será tóxica com o tempo. Eu fiz predições computacionais. Ela se degrada rapidamente no ambiente. Além disso, não tem risco para o ser humano.
– Pesquizádorra Sunji ... Você fez predições, mesmo com as programa simples que vocês têm nesse planeta, de como as moléculas exaladas iriam interagir com o interior químico dos morangos? Vamos ao simples ... Alteração de ph, por exemplo?
– Eu ... Eu ... Eu não ... Eu, eu ...
– Não se preocupe. Eu fiz isso por você, Sunji. Em morangos recém germinados, a molécula do gás produzida pelos morangos mais velhos, sobre feixes de laser azul e numa temperatura de 32°C, se transforma num composto que consegue entrar pela camada do morango. Numa taxa de 1 a cada 200 morangos expostos, esse composto consegue alterar a forma como uma proteína, em particular, desvia luz da esquerda para a direita. Em seguida, ocorrem outras reações que levam a produção, aqui no seu planeta, de uma biomolécula especial muitíssimo rara. Eu e meus melhores cientistas, tentamos recriar as condições para produzir essa biomolécula, mas não conseguimos. Você, num golpe de sorte, a fez!
Sunji balança a cabeça de um lado para o outro sem entender nada do que a Dra. estava dizendo.
– Como assim ... Uma molécula rara? Quer dizer que ela só pode existir no interior de algo e em condições especiais? É isso?
– É ekíxatamente izô, pesquizádorra Sunji! Essa molécula causa aumento de força muscular em humanos. Nós já fizemos algumas experiências em meu planeta. Quando alguns humanos foram expostos a essa molécula, eles tiveram um ganho de força. Algo na ordem de 5 vezes mais força que o normal. Mesmo sendo uma biomolécula, ela não deixa de ser um arranjo de átomos tridimensional que consegue, por algum tempo, modificar alguns propriedades do espaço-tempo. O ganho de força não é uma mudança biolórrica, mas uma permissão, que quem consumiu a molécula ganha, para poder “driblar” as leis que regem a física do planeta. Geralmente, leva uns cinco minutos, mas esse pequeno tempo pode ser mais valioso que um planeta inteiro numa questão de vida ou morte.
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