01/01 (Rebeca Vilper): Vampira Deslocada
- webquadrinhosdefu
- 25 de fev.
- 4 min de leitura
Atualizado: 25 de jun.

CAP 01 | Vampira Deslocada
Numa tarde abafada de um condado agrícola, uma tímida e discreta fumaça sai pela lareira de uma pequena casa de madeira. O local tem dois andares, uma grande varanda e parede ser a única num raio de quilômetros de distância. No fundo, uma horta modesta sugere que a pessoa gosta de plantar os próprios alimentos.
- Acho que só preciso apertar mais uns parafusos e estará pronto. Eu não tenho talento nenhum para comércio, mas criar itens mecânicos e pesquisa são meus dons naturais ... Nisso eu sou boa!
Rebeca Vilper, uma mulher de pele negra e longos cabelos azuis, está dentro de um sótão rústico e trabalha na construção de algo que lembra uma balança. Perto dela, diversas ferramentas estão espalhadas sobre a mesa. Há parafusos e pregos por todos os lados. Sobre um balcão, um manual de construção, esboçado com lápis, parece impreciso e cheio de anotações que apontam para os erros do projeto.
- O Silmar disse que a ideia dele era sem igual ... E pensar que no meu planeta tinha um monte de balança ... Lugarzinho pequeno esse que eu vim parar.
A jovem se levanta e pega da estante um pequeno vidrinho com um líquido azul.
- Se não fosse meu treinamento na guarda real, eu estaria morta nesse planeta. Aprendemos técnicas de sobrevivência na selva para conseguir extrair alimentos de outros organismos que não fossem os animais que nosso clã consome, mas nunca me imaginei plantando nabos e beterrabas para fazer uma dieta zero sangue.
Rebeca é uma vampira que pertence a um planeta onde os clãs são divididos pelas cores dos cabelos. Como possui cabelo azul, ela deveria consumir o sangue de um tipo de pássaro que só existe no lugar de onde ela veio. Sem essa fonte de alimento, a vampira foi obrigada a adotar medidas drásticas. A "jovem", com mais de 2000 anos, está sobrevivendo, há alguns meses, graças a uma dieta com nutrientes que ela precisa, mas o gosto é insuportável.
- Comer tem sido torturante, mas vamos lá ... Pelo menos, estou com minha espada ... Pensar no que foi toda aquela loucura.”
A vampira se recorda do dia que aconteceu um grande massacre contra uma clã chamando Cabelos de Sol.
"Todos da guarda real receberam ordens para executar os ruivos. Uma maldição de ódio foi lançada em todo o planeta. Eu lembro da Milene Mrai, uma cabelo de Sol, fugindo para não ser morta. Foi por causa dela que eu vim parar aqui. Tudo aconteceu de modo extremamente rápido ... Ela conseguiu um jeito de criar um portal para fugir do planeta, mas a estrutura colapsou. Eu e uma outra guarda fomos arremessadas para o espaço. Não sei por quanto tempo vaguei no escuro sem fim ... Minha sorte foi trombar com um tipo de organismos que existe nesse planeta. O monstro salta dos mares e alcança além da atmosfera para coletar radiação cósmica."
Após terminar de ingerir o liquido, ela faz cara de nojo. Em seguida, precisa se escorar na mesa para não cair por causa da dor na boca do estômago.
“Que droga ... Do que me adianta ser uma vampira imortal, se eu preciso comer para ter energia? Será que aquele monstro achou meu gosto tão ruim quando isso aqui que acabei de beber?”
Respirando rápido e batendo no peito, ela segura o vômito. Depois, a "jovem" começa a pular e balançar os braços.
- Tá passando ... Tá passando ... A sensação é de comida azeda misturada com vinagre e produto de limpeza ... Se eu estivesse com minha dieta normal, isso não seria tão ruim ...
Rebeca segue em direção a janela para pegar um pouco de ar puro. A jovem olha para o céu e reflete mais sobre a chegada dela naquele lugar.
- Lembrar que fui cuspida de uns 300 metros de altura. Depois, ainda precisei nadar por uns quatro dias. Dizem que o monstro que me engoliu já fez isso com outros seres de fora e que eles são tipo uma defesa da natureza contra invasores. Eles são uma espécie que lembra um tubarão listrado de azul e roxo com 100 metros de comprimento. Nada muito diferente de outros monstros que o comando central, que governava o planeta de onde vim, criou.
Quando Rebeca iria ponderar mais, ela escuta passos se aproximando da porta.
“Deve ser o Silmar para pegar a encomenda. Depois, eu preciso passar no vilarejo e comprar uma carroça pra mim. Vai facilitar minha vida.”
Ao escutar as batidas vindas da entrada principal, a vampira se prepara para sair do sótão. Então, ela sente um cheiro diferente.
“Não é ele ... Silmar tem um odor que mistura o cheiro de ferro e bronze ao aroma liberado pela terra molhada. Quem está na porta, tem cheiro de ... Pólvora!”
Rebeca, rapidamente, corre para pegar uma espada pendurada na parede do cômodo. Então, sons de tiros são escutados na sala. Um homem, usando um capuz negro e capa longa de mesma cor, está disparando em todas as direções, como se não tivesse um alvo fixo. De repente, ele vê tudo girando e um corpo caindo na frente dele. Quando tudo para de rodopiar, ele enxerga Rebeca no alto. Ela se abaixa e segura a cabeça decepada do atirador.
- Tenha boas maneiras ... Antes de entrar na casa dos outros!
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