01/06 (Rebeca Vilper): Mercado Da Cidade

CAP 06 | Mercado Da Cidade

Rebeca e Jafia caminham pelo mercado da cidade. Enquanto a vampira busca por lingotes de prata, a mercenária está atrás de comida picante.

- Aqui! Aqui! Eu achei Rebeca! Essa barraca tem vários bolinhos fritos! Temos de parar e comer um pouco.

Então, Jafia ganha um tapa na nuca de graça.

- Você tá tirando sarro com a minha cara? Como vou comer isso aí? Esqueceu que não posso comer qualquer coisa? Se eu sinto uma dor mortal comendo uma comida simples sem sal, o que dizer de algo que tem pimenta saindo por todos os lados.

- EU ESQUECI! Estamos juntas a pouco tempo e eu acho um absurdo essa sua dieta estranha. O que você come mulher? Fica bebendo suco de raiz. Vai morrer por desnutrição.

- E você irá terminar com uns 900 kg após comer tanta gordura!

Jafia fica na ponta dos pés e aponta o dedo no rosto de Rebeca.

- Essa gordura é muito bem distribuída pelo meu corpo! ESTÁ PENSANDO O QUÊ? Eu malho todos os dias, pesadamente, para poder me afogar nas coisas que eu gosto! Eu nunca irei ficar fora de forma! TÁ ME OUVIDO!

Completamente irritada, Rebeca, numa fração de milissegundos, morde o dedo de Jafia. A mercenária só sente uma leve picada de agulha e vê uma gota de sangue se formando na ponta do indicador. A jovem nem viu o que aconteceu.

- AI!!!!

- PROTO JAFIA! Quer ir na barraca de comida? Vamos na barraquinha! Eu já estou satisfeita por uns dois dias! Posso até aguentar tomar um suco pra não te deixar comendo sozinha.

- VOCÊ! Você ... VOCÊ É LOUCA! Satisfeita do que?

Virando de costas para Rebeca, Jafia ergue os braços na direção da barraca e começa a saltitar.

- AH! DANE-SE! Deixa pra lá! Você já concordou em ir, então, vamos logo!

Como uma criança após ver doce, a mercenária caminha flutuando sobre as nuvens. Enquanto a boca dela saliva de fome, os olhos brilham de felicidade. Rebeca, por sua vez, só cruza os braços e observa a cena, que julga patética.

“Lenta ... Tonta ... Imbecil ... Vai morrer no primeiro confronto que tivermos contra as criaturas das sombras.”

Após perceber que Jafia já está longe, a vampira começa a andar rápido e desviar das pessoas.

- EI! SUA TONTA! CALMA! A COMIDA NÃO VAI FUGIR!

No telhado de uma casa perto do mercado, uma pequena aranha observa a movimentação das duas. Após confirmar que a dupla parou na barraca de comida, o pequeno ser desce pela parede sem chamar a atenção de qualquer coisa. Com um movimento lento e ritmado, nem os insetos percebem a presença da aranha, pois parecem estar hipnotizados.

Num beco, dois bandidos observam mulheres sozinhas para serem assaltadas. Um deles é magro e possui diversas cicatrizes no rosto. O outro é baixo e careca. Então, o menor reclama da demora deles para fazerem algo.

- O mercado está cheio. Daqui a pouco, será fácil os guardas verem nossa movimentação. Você quer descansar hoje? Se for isso, fala! Eu tenho outras coisas para fazer.

- Cale essa maldita boca! Eu estou esperando o melhor momento. Estou com um péssimo pressentimento. Você não está sentindo? Um ar pesado e denso. Parece que abriram os portões de uma prisão bem barra pesada.

- Pesada é essa sua covardia! Diz! Tem alguma mulher que você gosta que tá andando por aí? Se tiver, agente pega e arrasta para uma casa velha, igual fizemos com aquela no mês passado.

- Não dê ideias fora de hora careca nanico ... Só estou ...

Antes que o bandido pudesse terminar de falar, os dois sentem um espinho adentrando pelas gargantas deles. Os delinquentes caem e se debatem no chão. Um estica a mão para o outro em busca de ajuda, mas sufocam até cuspirem uma fumaça negra pela boca. Após alguns segundos de silêncio, o mais alto se levanta. Ele dá um chute na barriga do comparsa.

- Anda! A mestre pede comida. Tem duas presas em potencial aqui. A mestre irá gostar.

O segundo bandido se levanta com dificuldade. Com as pernas trêmulas, ele lembra de algo.

- Precisamos chamar o bando. Depois que lidarmos com as presas, vamos transformar eles.

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