01/07 (Multi-9): Conjuntos Neurais Excepcionais

CAP 07 | Conjuntos Neurais Excepcionais

Dentro de um galpão, vários fios e hastes metálicas sustentam um grande robô verde com cara de abelha. No lugar das pernas, existe uma imensa broca de perfuração. Ele também parece ter um imenso losango aderido as costas, que de tão grande, as pontas do objeto podem ser vistas mesmo se o observador estiver na frente do robô. Aquela estrutura peculiar, poderia ser descrita como uma pipa colossal presa na coluna da máquina. Nesse galpão, dois cientistas, Ted e Léo, trabalham em computadores holográficos espalhados por todo o ambiente. Os dois se movem pelo local em cima de drones-plataformas.

Nas várias telas holográficas, diversas e diferentes linhas de códigos de programação correm de forma alucinada, em diferentes cores e sintaxes. Ted se move até uma mesa, onde estão diversos cubos transparentes. Neles, o cientista testa pequenos cerebroides, que se arrastam de um lado para o outro. Todos possuem uma textura metálica esverdeada. Léo começa a imprimir outros cerebroides dentro de uma máquina que plana no ar. Com um olhar de alegria, ele pega um de cor verde-limão, o qual expele pequenas quantidades de névoa branca.

Ted rapidamente corre para ver aquela obra-prima.

- Agora vai! Finalmente, esse parece se auto resfriar enquanto trabalha. Vamos ver se irá durar mais tempo que os outros nos testes de estresse físico.

Léo, verificando alguns parâmetros biológicos e físico-químicos do órgão sintético, diz que está confiante também!

- Ted! Essa é a primeira vez que a temperatura, na superfície, atinge os valores que a equipe quer.

- Agora, é torcer pra Kirsis não achar erros nas testagens de aprendizado e automação.

Ao falar na chefe, Ted aproveita e pergunta se Léo sabe o motivo de Kirsis andar tão estranha nos últimos dias.

- Ela sempre foi grossa, mas agora está muito agressiva. Parece que pela manhã, a chefe arremessou uma mesa longe.

Léo balança a cabeça em negativa.

- Cara, talvez, seja a perna dela que tá começando a dar problema.

- Aí outra coisa estranha! Você sabe o motivo dela precisar andar de bengala? Não acharam nenhuma lesão no joelho dela.

- Ted, segundo DJ, Kirsis é tão obsessiva por resultados que isso afeta o corpo dela. Algo somático, parece. Entretanto, muitos comentam que ninguém, até hoje, viu como é a perna dela. Alguns falam que ela deve esconder uma cicatriz horrível de algum acidente.

- Que droga! Tão linda e tão estressada. Uma bomba ambulante!

Ao escutar as palavras do colega, Léo arregala os olhos!

- TED! VOCÊ TÁ LOUCO! Linda! Ela é tão linda quanto uma rosa cheia de espinhos. Ela inferioriza todos que chegam perto dela.

Mexendo nos cubos com os outros cerebroides, Ted suspira. Então, ele completa.

- De fato ... Esse jeito da Kirsis dificulta um pouco dela conseguir um namorado.

- Atrapalha um pouco? Conseguir um namorado? Cara, o que Kirsis precisa é de um psicólogo. Ela tem de entender que, só por se julgar o ser mais inteligente da Terra, ela não pode tratar mal as pessoas.

Então, Léo, irritado com o rumo da conversa, conclui.

- Eu garanto que ela não sabe fazer um bolinho de nozes com cobertura de geleia de morango e recheio de doce de leite.

Ted retruca.

- Nem você cara!

- Eu sei! Só que não fico dizendo por aí que sou a personificação da inteligência. Falando nisso, como você acha que ela vai receber o garoto que quebrou a criptografia de segurança dos caras lá!

Após aquela pergunta de Léo, Ted começa a rir alto! Ele olha para o amigo! Léo olha para Ted. Léo começa a rir alto também. Os dois começam a dar risada juntos, cada vez mais alto. Até o robô vermelho, que escuta toda a conversa por um fone de ouvido, começa a rir. Então, o ouvinte oculto comenta com ele mesmo.

- Cara! Eu quero ver quem vai ganhar esse duelo! O Q.I. do garoto é maior que o da Kirsis. Falar a verdade, é imensuravelmente maior. Isso, por si só, já é algo sobre-humano. A Kirsis tem, a favor dela, os anos de experiência prática com a coisa toda. Será que o garoto vai botar ela no chinelo? Não ... Talvez, seja mais fácil a chefe triturar o pobrezinho.

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